Governo aumenta IPI sobre carros importados

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 16/09/2011
Governo aumenta IPI sobre carros importados

No Brasil, o governo subiu um imposto e os carros importados devem ficar mais caros: aumento de até 28%. Para tentar segurar a invasão asiática e, segundo Guido Mantega, ministro da Fazenda, proteger a indústria brasileira. A medida atinge veículos que não usar, pelo menos, 65% de peças nacionais.

Para quem planeja comprar carro ou caminhão importado, a notícia não é animadora. Eles devem ficar entre 25% e 27% mais caros. É que o governo aumentou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos, mas só dos que têm menos de 65% de peças nacionais. O argumento: é preciso defender a indústria nacional da invasão dos importados.

“Não estamos impedindo importação. Estamos criando condições para que carros do Brasil sejam competitivos”, declarou o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.

O IPI dos importados vai aumentar 30 pontos percentuais. Para veículos até mil cilindradas, o imposto passa de 7% para 37%. Entre mil e duas mil cilindradas, o IPI, que era de 11% e 13%, aumenta para 41% e 43%.

Se quiserem fugir do aumento do imposto, as empresas terão de provar ao governo que algumas etapas importantes da produção são feitas no Brasil, como a montagem de carrocerias e a fabricação de motores. Os importadores de veículos reclamam que a medida é protecionista e vai prejudicar investimentos que já foram feitos.

“Nós temos mil concessionárias no Brasil todo. São mil empresários que investiram no país e que acreditaram nesse país. Vai parar todo investimento dessas marcas, que são marcas tradicionais que estão no país”, criticou José Luiz Gandini, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva).

Os fabricantes de carros nacionais comemoraram, porque muitas indústrias estão com pátios cheios. “O importante é que fortalece a indústria nacional como um todo. Fortalece o setor de autopeças, fortalece a produção nacional e isso vem automaticamente gerar renda, gerar maior escala de produção e gerar competitividade para o setor”, observa Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a medida vai estimular a venda de carros nacionais e também proteger empregos. “Nosso consumo vem crescendo, mas o aumento do consumo ultimamente tem sido preenchido fundamentalmente por importações. Corremos o risco de estarmos exportando empregos para outros países”, afirmou o ministro.

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automores (Fenabrave), que representa as concessionárias de veículos, disse que as medidas são necessárias para estabelecer regras claras sobre o que é produto nacional e importado. Também avaliou que é prematuro dizer se as novas regras vão beneficiar o consumidor