Verão: os cuidados com a pressão arterial na estação

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 20/02/2023
Verão: os cuidados com a pressão arterial na estação

A hipertensão, também conhecida como pressão alta, é um dos problemas de saúde mais comuns entre os brasileiros. Segundo estimativas de entidades médicas, cerca de 30[1] % dos adultos no Brasil vivem com uma pressão arterial acima dos níveis recomendados, o que pode acarretar em diversos problemas de saúde. Muitos não sabem, no entanto, que o clima — principalmente o excesso de calor — também pode desequilibrar a pressão sanguínea, prejudicando o bem-estar de quem já sofre com problemas circulatórios. 

A cardiologista Drª. Alessandra Gazola, CEO da G2 Health Medicina Integrada, explica que com a chegada do verão, ocorrem duas mudanças importantes para quem tem problemas circulatórios. Primeiro, o corpo precisa equilibrar sua temperatura interna com a temperatura do ambiente. Para isso acontecer, ocorre a vasodilatação, ou seja, a abertura dos vasos sanguíneos, o que faz cair a pressão. Além disso, pode ocorrer a desidratação, que também reduz a pressão arterial. Em muitos casos, essa variação na pressão do sangue pode causar mal estar geral e sensação de desmaio. “Por isso, é importante usar roupas leves e se manter em um ambiente ventilado ou refrigerado”, afirma a médica. 

Ela lembra, ainda, que problemas circulatórios, como a hipertensão, muitas vezes são doenças silenciosas. Nesse contexto, é preciso ter atenção a sinais de alerta e à história familiar. “Se você tem histórico na família, sua pressão arterial deve ser medida a partir dos três anos. Quando mais cedo tivermos o diagnóstico, mais retardamos as complicações renais, cerebrais e cardíacas”, alerta a médica. Drª. Alessandra Gazola lembra que o controle da pressão depende do “tripé” composto por alimentação, medicação e atividade física regular. “Se faltar um desses três, as complicações microvasculares não são evitadas. É importante manter esse tripé acima de tudo”, afirma. 

As consequências nos casos em que a hipertensão não é tratada podem ser graves. Além do risco de infarto, AVC e trombose, também pode haver dilatação e depois enfraquecimento do coração. A síndrome cardiorrenal também pode aparecer, levando à falência do rim e à necessidade de hemodiálise. Com a alta velocidade do sangue passando pelos vasos sanguíneos, ocorre ainda um envelhecimento associado a enrijecimento do vaso, o que leva à insuficiência e acúmulo maior de gordura no local. 

Drª. Alessandra Gazola ressalta, também, que a abordagem ideal para as doenças circulatórias é a prevenção, o que exige que os pacientes estejam bem informados sobre o problema. “O que eu idealizo é levar informações para pacientes que têm genética para desenvolver a hipertensão, ou que têm fatores de risco modificáveis. Por isso, enfatizo a necessidade de não consumir bebidas como refrigerantes, controlar o peso, sair do sedentarismo, evitar embutidos, enlatados e excesso de sódio na alimentação. Só com essas medidas podemos evitar o desenvolvimento dessa doença de uma forma tão precoce, como ocorre em nosso país”, conclui.