Racismo: Justiça proíbe idosa de se aproximar de humorista Eddy Junior

Autor: Da Redação,
terça-feira, 25/10/2022
O ataque ocorreu na última segunda-feira (17), em São Paulo

A aposentada Elisabeth Morrone, que é investigada por cometer racismo contra o humorista e youtuber Eddy Junior, foi proibida pela Justiça de São Paulo de se aproximar do influenciador. A idosa deve manter uma distância de 300 metros do jovem, caso não obedeça à ordem, ela pode ser presa preventivamente.

Morrone foi flagrada xingando Eddy Junior no prédio em que vive, em um condomínio na Zona Oeste paulista. 

A medida protetiva foi solicitada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP) e proíbe também que a agressora mantenha qualquer tipo de contato com o vizinho do andar de cima, mesmo por intermédio de terceiros.

O juiz também definiu que Elisabeth Morrone está proibida de frequentar o mesmo ambiente que Eddy Junior, especialmente nas áreas comuns do Condomínio United Home & Work.

A aposentada é alvo de uma investigação na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde o influencer prestou depoimento na última quarta-feira (19), após os xingamentos que recebeu na entrada do elevador do prédio.

O caso

O youtuber e humorista Edson Marciano Junior, mais conhecido como Eddy Jr, divulgou um vídeo, nessa terça-feira (18), onde mostra que foi vítima de racismo no condomínio onde vive, na Zona Oeste de São Paulo. As imagens foram publicadas nas redes sociais. 

No registro, é possível ver uma idosa, identificada como Elisabeth Morrone, de 69 anos, discutindo com o Edson, enquanto o xinga de "bandido", "macaco", "imundo", "urubu" e "neguinho perigoso". A mulher começou a ofender o rapaz porque se recusava a utilizar o mesmo elevador que ele. 

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A assessoria do humorista informou que o ataque aconteceu na noite da última segunda-feira (17), próximo à portaria do edifício, no momento em que Edson havia levado sua cachorra de estimação para passear.

“Cai fora. Não quero ficar com ele. Não vou [subir com ele]. Não quero”, afirma a mulher, que é apartada por um funcionário do prédio.

Veja:

O youtuber alegou que essa não é a primeira vez que eles se desentendem. Ele afirmou que, desde abril, é alvo de ataques da família da agressora. Eles reclamavam e ofendiam Edson por suposto barulho vindo do apartamento dele. 

“Me mudei para esse apartamento final de fevereiro. Quando chegou março ou abril, os porteiros começaram a ligar quando eu estava dormindo reclamando de barulho. Mas eu estava dormindo. Foi assim durante vários dias na semana. Às vezes ligava duas vezes na mesma noite. Houve uma reclamação até num dia que eu não estava em casa”, informou.

“Eu nunca tinha nem visto ela. Aí chegou duas notificações de multa pra mim por importunação e barulho. A minha advogada pediu para ler o livro de reclamações do prédio, e tinha muitas reclamações dessa vizinha sobre mim. Mas eram umas reclamações absurdas. Ela falava que eu desligava a máquina de lavar dela, falou que eu hackeei a internet da casa dela, que eu desligava o fogão dela. Alegou que eu deixei ela sem gás. O condomínio até retirou as multas”, afirmou.

Em setembro, o rapaz disse que registrou um boletim de ocorrências por causa de ameaças com faca feitas pelo filho da agressora.

“Teve uma noite que eu estava na cama deitado e a minha campainha tocou. Era umas 3h da manhã. Levantei e o filho dessa vizinha já começou a gritar, dizendo ‘eu vou te matar’. Ele veio com uma faca enorme na mão, chutando a minha porta”, contou.

Nova vítima

Outra moradora do condomínio do influenciador digital Eddy Júnior afirmou ter sofrido ataques racistas da mesma vizinha que o insultou. A advogada Nayara Cruz, contou que ela e o filho foram discriminados pela aposentada.

“Ela me abordou, me questionando por que eu estava na academia, porque o uso da academia era restrito a moradores. Eu falei que era moradora, e ela me questionou quanto eu paguei pelo meu apartamento. Teve um outro episódio que ela foi agressiva com o meu filho, que estava no hall brincando com outras crianças. Ela chamou o meu filho de vagabundo e disse que ele não poderia ficar no hall do prédio”, relatou a vítima.

A defesa de Elisabeth Morrone afirmou que desconhece o caso de Nayara Cruz e que por isso não vai se pronunciar.

Com informações do G1.