O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, afirmou na quinta-feira (17), que o partido expulsou de seus quadros a deputada federal paranaense Luísa Canziani. Segundo Jefferson, ela teria tentado gravar secretamente uma reunião ministerial para exibição em um programa da TV Globo.
A participação de Luísa Canziani nesta reunião, com um microfone sem fio na cintura, supostamente da Rede Globo, foi fotografada por aliados do presidente Jair Bolsonaro, enquanto ela estava de costas. O grupo, liderado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), acusou a parlamentar de estar gravando a reunião ministerial sem autorização.
“Gravar secretamente um Ministro de Estado é uma falta gravíssima. Essa turma que veio do jovairismo (turma jovem) não tem limites. Reprovamos a conduta da deputada Luísa Canziani, que está expulsa do PTB”, escreveu Jefferson no Twitter.Luísa Canziani, parlamentar mais jovem da Câmara Federal, com 25 anos de idade, é filha do ex-deputado federal e hoje secretário de Governo da Prefeitura de Londrina, Alex Canziani. Ele, inclusive já se desligou do partido em fevereiro deste ano, depois de 30 anos de militância na sigla. Luísa também já estaria afastada da legenda desde abril.
O presidente do PTB compartilhou um tuíte de abril da deputada, no qual ela critica o partido e o compara a uma “seita”, e afirmou que a parlamentar já não seguia as diretrizes da legenda há tempos. “A deputada Luísa Canziani há muito tempo não segue as diretrizes do partido. Nesse tuíte de abril, ela dizia que o PTB virou uma ‘seita’. Nós rompemos com a deputada desde então e não temos nenhuma responsabilidade pelos atos dela. O partido de Luísa Canziani é ela mesma”, disse o presidente do PTB.
Em nota encaminhada pela sua assessoria de imprensa, Luísa Canziani nega as acusações. “Não gravei e nem gravaria reunião alguma sem qualquer permissão. Quem me acompanha sabe que tenho uma trajetória de muito respeito aos meus colegas. Sou do diálogo e as minhas coisas são feitas sempre às claras”, afirma a parlamentar.
Luísa Canziani explica que o programa “Profissão Repórter tem ficado com ela para acompanhar a discussão sobre o homeschooling e que o secretário executivo do MEC foi avisado previamente e, inclusive, testemunhou esta reunião. “Não sei a quem interessa essa cortina de fumaça, mas peço que respeite a minha história. Sou deputada federal e não menina de recados. Eu lamento profundamente ser acusada de maneira tão injusta, mas sigo com a minha consciência absolutamente tranquila, sempre trabalhando pela democracia brasileira”, ressalta.