Policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher de Campo Grande prenderam em flagrante, nesta quinta-feira (9), no bairro da Prata, um homem acusado de manter a mulher em cárcere privado, agredi-la e ameaçá-la durante oito anos. O filho da vítima, que tinha ido visitá-la, recebeu escondido um bilhete escrito pela mãe, conseguiu fotografá-lo com o celular e foi à polícia pedir ajuda.
De acordo com a delegada Mônica Areal, titular da especializada, no bilhete, a mulher contava que era mantida trancada em casa e que sofria agressões físicas e violência psicológica.
A delegada informou que a vítima era proibida pelo companheiro, com quem vivia há oito anos sob o regime de união estável, de sair de casa sozinha e de receber amigos, e só usava o celular ao lado dele, que monitorava com quem ela falava e também o tempo de duração das ligações. No bilhete, a vítima dizia também que o companheiro ficava o tempo todo atrás dela, vendo o que fazia e ameaçando-a.
A mulher, que não teve o nome divulgado, escreveu ainda no bilhete que não tinha como sair [de casa]. "Estou sendo torturada psicologicamente, moralmente e passando por constrangimentos horríveis.”
Segundo a delegada, o filho da vítima chegou à delegacia muito nervoso, dizendo que a família já desconfiava de que alguma coisa não estava normal entre o casal. Ele contou que quando ia visitá-la, a mãe permanecia calada, cabisbaixa, num canto da casa. Uma equipe da delegacia foi à casa do casal e prendeu o autor do cárcere privado.
Ele vai responder pelo crime de cárcere privado, com pena que varia de 2 a 5 anos de prisão. O homem, depois de ouvido na delegacia e autuado em flagrante, foi encaminhado ao sistema penitenciário, onde ficará à disposição da Justiça, aguardando julgamento.