Polícia Militar de SP identifica agente que autorizou youtuber dos EUA em operação

Autor: Giovanna Castro e Leonardo Zvarick (via Agência Estado),
quarta-feira, 26/06/2024

Após a repercussão negativa nas redes sociais sobre um vídeo em que um youtuber americano acompanha, de dentro de uma viatura da Polícia Militar de São Paulo, uma operação em favelas da zona norte capital paulista, a PM abriu sindicância interna para apurar o episódio e remanejou o agente que teria autorizado o influenciador a participar da operação.

"A participação de outros agentes na gravação é apurada, assim como falas ditas no vídeo que violam os valores da Corporação. Todas as medidas cabíveis serão tomadas quando a apuração for concluída", disse a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em nota.

Questionada sobre qual era a identidade ou o posto do agente que autorizou a participação do youtuber e para onde ele foi remanejado, a pasta não respondeu a reportagem até a publicação desta matéria.

Além de a filmagem e participação do youtuber na operação violar as regras internas da PM - o produtor de conteúdo Gen Kimura acompanhou a ação do banco de trás da viatura, utilizou um colete à prova de balas da corporação e chegou a empunhar uma arma -, em determinado momento, um agente diz que comemora mortes causadas pela polícia com "charutos e cervejas".

A publicação, intitulada "24 hrs na vida de um policial no Brasil", foi publicada há três semanas, já atingiu 1,6 milhão de visualizações e continua no ar mesmo depois da abertura da sindicância policial nesta semana. O vídeo acompanha a rotina de policiais da Força Tática no batalhão e mostra abordagens a suspeitos em residências e uma perseguição a motociclistas.

Nesta terça-feira, 25, a Secretaria da Segurança Pública já havia confirmado que "a dinâmica do vídeo não é permitida de acordo com as regras internas da Corporação", que vetam o envolvimento de civis em práticas exclusivamente militares.

Disse ainda, sobre a comemoração de mortes com charutos e cervejas, que a frase dita pelo agente "não condiz com as práticas adotadas pelas forças de segurança do Estado".