Polícia identifica mais 5 suspeitos de ocultar corpos de Dom e Bruno

Autor: Da Redação,
domingo, 19/06/2022
corpos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira chegaram a Brasília na noite de quinta-feira (16)

A investigação dos assassinatos do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, cujos corpos foram localizado no Vale do Javari, no Amazonas, ganharam novos contornos. Na tarde deste domingo (19), a Polícia Federal informou que mais cinco suspeitos de participação na ocultação dos cadáveres foram identificados. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Três pessoas já estão presas pelos assassinatos: os irmãos Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, que confessou o crime, e Oseney da Costa de Oliveira, ou Dos Santos além de Jeferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha, que se entregou à polícia no sábado (18/6). Jeferson Lima teve prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça.

Na sexta-feira (17), a Polícia Federal informou que as investigações sobre a morte do jornalista e do indigenista levantaram indicativos da participação de mais pessoas nos assassinatos.

Entretanto, a corporação afirma que “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”.

No sábado (18), a polícia emitiu nota informando sobre o resultado da perícia nos corpos. Conforme a PF, Bruno foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça. Dom Phillips levou um tiro no abdômen/tórax. A munição usada no assassinato foi típica de caça.

CRIME POLÍTICO

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que ajudou nas buscas por Bruno e Dom, definiu o assassinato da dupla como "crime político", uma vez que ambos era defensores dos Direitos Humanos e estavam desempenhando atividades de em benefício de povos indígenas do Vale do Javari quando desapareceram. "O que acontecerá conosco? Continuaremos vivendo sob ameaças? Precisamos aprofundar e ampliar a investigação. Precisamos de fiscalização territorial efetiva no interior da Terra Indígena Vale do Javari. Precisamos que as Bases de Proteção Etnoambiental (BAPEs) da Funai sejam fortalecidas", disse.

A Greenpeace Brasil e Greenpeace Reino Unido afirmou em nota que as mortes de Bruno e Dom "não se tratam de fatalidades mas, sim, de um projeto criminoso do governo Bolsonaro", que, segundo o grupo, abre alas para que atividades predatórias e crimes se reproduzam e transformem a Amazônia em domínio particular do crime organizado. "Quando quem busca advogar por um mundo mais verde, justo e pacífico tem sua vida colocada à prova, não restam dúvidas de que a nossa jovem democracia está em risco e se equilibra em uma corda bamba", disse.