Um policial militar de 52 anos matou um cachorro da raça golden retriever a tiros no último sábado (9) em Guarapari, no Espírito Santo, na frente de três crianças. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que já ouviu o atirador.
Em depoimento, o militar afirmou que efetuou os disparos para se defender de um ataque do animal.
O que houve?
A equipe de reportagem do UOL conversou com a tutora do cão, Iasmin Lima, de 32 anos, que pede por justiça. A mulher deu detalhes sobre o acontecimento.
De acordo com o relato de Iasmin, ela realizava uma caminhada com sua filha de 1 ano e seus irmãos, de 9 e 12, em uma rua da Praia do Morro. O animal de estimação, chamada "Churros", estava solto, latiu e investiu contra o policial, que sacou a arma e disse à família que mataria o cachorro.
"Todos imploraram, mas as crianças foram as que mais pediram, pelo amor de Deus, pra ele não fazer nada, para não atirar. Mas, ele continuou com a arma apontada na nossa direção, nos intimidando, correndo um grande risco de atirar novamente, tanto que meu primeiro ato foi tirar as crianças dali", disse Iasmin.
A mulher afirmou que após disparar contra Churros, o policial fugiu sem prestar nenhum apoio à família e ao cão baleado. O animal foi encaminhado rapidamente a uma clínica veterinária, mas por conta dos ferimentos não resistiu.
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A Polícia Militar foi acionada pela família, encontrou o servidor público e o conduziu para 5ª Delegacia Regional da cidade.
"Eu quero que a justiça seja feita. Infelizmente, não tem como trazer o Churros de volta, por causa do ato inconsequente, da falta de responsabilidade dele [PM], portando uma arma sem o menor psicológico pra isso, pela frieza e rápida atitude que teve. Ele deixou as crianças com o emocional super abalado, com medo, tristes e desoladas com a falta do nosso bebezão, que era a alegria da casa. Ele precisa pagar pelo que fez", desabafou.
O que diz a Polícia
Em nota, a Polícia Civil informou que o policial foi autuado em flagrante por maus-tratos aos animais e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Guarapari. Passou por audiência de custódia, teve a arma recolhida e foi liberado.
A dona do cachorro assinou um termo circunstanciado "por não guardar com a devida cautela animal perigoso", e foi liberada após assumir o compromisso de comparecer em juízo.
O caso é investigado.
As informações são do UOL.