A Polícia Federal prendeu na madrugada de ontem um dos condenados pela chacina de Unaí, ocorrida há 20 anos na cidade do noroeste de Minas Gerais. Hugo Alves Pimenta estava foragido desde setembro do ano passado, de acordo com a PF. Ele foi preso em Campo Grande (MS).
Condenado a 96 anos de prisão, inicialmente, Hugo Pimenta teve a pena reduzida depois que confessou envolvimento no crime e fechou acordo de delação premiada. Durante o julgamento, em 2015, ele admitiu que agiu como intermediário na contratação dos pistoleiros que executaram os auditores.
A chacina ocorreu em 28 de janeiro de 2004. Os auditores fiscais do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e, ainda, o motorista Ailton Pereira de Oliveira sofreram uma emboscada e foram fuzilados à queima-roupa na zona rural de Unaí.
Trabalho escravo
Os auditores investigavam denúncias de trabalho análogo à escravidão. O fazendeiro Norberto Mânica, principal acusado como mandante, pegou um século de pena de prisão.
Segundo a PF, Hugo Pimenta tinha mandado de prisão em aberto e, no momento em que foi capturado, estava com um passaporte falso.
Foram condenados, além de Mânica, outros três acusados também como mandantes e os cinco pistoleiros da chacina. Atualmente, destacou a PF, um mandante do crime ainda está foragido.
Homenagem
Por causa da brutalidade do crime e sua grande repercussão, foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em homenagem aos auditores fiscais do Trabalho assassinados.
A PF informou que o preso passaria por exame de corpo de delito. A reportagem doEstadãobuscou contato com a defesa de Hugo Pimenta, mas não havia localizado seus advogados até a publicação deste texto. O espaço está aberto a manifestações.
As informações são do jornalO Estado de S. Paulo.