Diante dos transtornos provocados pela passagem do ciclone extratropical desde a madrugada de segunda-feira, 4, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul diz organizar esforços para resgatar moradores dos municípios mais afetados pelas inundações. Uma parte dessa população, segundo o órgão, buscou abrigos em telhados e árvores.
Segundo atualização feita às 17 horas desta terça-feira, 5, são 22 mortes confirmadas, sendo 21 no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina. Além disso, Ao todo, mais 52 mil pessoas foram diretamente afetadas pelo ciclone, sendo 1.650 desabrigados e mais de 3 mil desalojados.
As equipes de resgate estão concentradas na região dos Vales, mais precisamente no Vale do Taquari, onde municípios como Muçum, Roca Sales, Encantado e Lajeado sentem os impactos do ciclone. "Pessoas em cima de telhados e de árvores estão sendo resgatadas. Os picos de inundação são diferentes. Estamos monitorando as situações nos municípios", afirmou o coronel Oliveira.
Uma situação de calamidade pública tomou conta de Muçum e de municípios vizinhos, no Vale do Taquari, após as enchentes. A água do Rio Taquari invadiu a cidade, deixando centenas de famílias desabrigadas e desalojadas. Na cidade de Roca Sales, a prefeitura orientou que a população atingida pelas enchentes busque refúgio nos telhados de suas casas e aguarde pelo resgate.
Oliveira disse ainda que foi solicitado apoio do Ministério da Defesa. "Três botes estão sendo deslocados de São Gabriel e devem chegar na região do Vale do Taquari até o início da tarde para auxiliar nos salvamentos. Equipes da Polícia Civil, da Brigada Militar, do Corpo de Bombeiros também auxiliam no resgate aéreo, embora este tipo de resgate dependa da condição climática. Também estão sendo feitas doações de kits de higiene e cestas básicas, disse ele.
Em Ibiraiaras, dois morreram após ficarem presos dentro de um veículo e serem levados pela água. Houve também um óbito por descarga elétrica, em Passo Fundo. Em Mato Castelhano, uma pessoa desapareceu ao tentar cruzar um rio com uma caminhonete.
Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lamentou a situação e disse que o secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Aparecido Wolff Barreiros, visitará o Estado nesta terça.
O Rio Guaíba, em Porto Alegre, também está sendo monitorado, em razão da possibilidade de um pico de elevação nas próximas horas.
Picos distintos de preocupação
"No momento, além da preocupação com a inundação, que deve nos acompanhar nos próximos dias, pois as chuvas devem continuar a partir de quinta-feira, 7, temos a questão da umidade do solo, que pode provocar deslizamento de terras", diz coronel Oliveira. "No Estado, temos 742 áreas com alto risco, uma preocupação muito grande. Estamos reforçando com as prefeituras sobre a necessidade de alertar comunidades e apontar locais de segurança para a população", alerta.