Os pais da garota de 11 anos, que está grávida pela segunda vez após ter sido estuprada em Teresina, Piauí, entraram em acordo e concordaram que a filha passe pelo procedimento de interrupção da gravidez. A menina está em um abrigo especializado, junto com o bebê fruto do primeiro estupro.
Em uma entrevista ao g1, o pai disse que a ex-mulher voltou atrás e se posicionou a favor do aborto legal ao qual a vítima tem direito.
"Estamos aguardando o laudo médico e novos exames para fazer a interrupção da gravidez. Ela quer tirar a criança. Minha filha está bem, vem recebendo um bom tratamento no abrigo", contou o pai.
Uma junta médica da Maternidade Dona Evangelina Rosa vai analisar a possibilidade do aborto. Até o momento, a Justiça não se posicionou.
Investigação
Duas pessoas são alvos de uma investigação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) por estupro de vulnerável contra a menina de 11 anos grávida pela segunda vez.
A delegada que está à frente do caso, Lucivânia Vidal, disse que os responsáveis pelos abusos pertencem ao núcleo familiar da vítima. “O perfil dos suspeitos não sai das nossas regras, são suspeitos que tinham contato com ela, faziam parte do cotidiano dela. E nos depoimentos, a gente vê que não só essa criança estava vulnerável, sem falar que ela é a mais velha. Existem mais cinco crianças nesse mesmo ambiente", informou Lucivânia Vidal.
A delegada apura ainda quem pode ser responsabilizado pelo caso, além dos autores do abuso. Segundo ela, houve negligência por parte da família ou dos órgãos que foram a rede de proteção da vítima após a primeira gravidez, como Conselho Tutelar, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) e outros.
Detalhes sobre o caso
Uma criança que já havia engravidado por estupro e dado à luz a criança gerada por causa de uma violência sexual no ano passado está novamente grávida em circunstâncias semelhantes no Piauí. A gestação foi confirmada em exame realizado na maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina, no dia 9 de setembro.
A menina, cuja identidade é mantida sob sigilo, está morando em uma unidade de acolhimento institucional municipal e a gravidez foi percebida por educadores do abrigo. O caso é acompanhado pelo Conselho Tutelar Zona Sudeste de Teresina e foi repassado para a Gerência de Direitos Humanos (GDH) da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi).
A pasta informou que "está tomando todas as medidas cabíveis para dar todo o suporte que essa criança precisa para fazer valer os seus direitos". Também disse que será feita notícia de fato para a Vara da Infância e da Juventude, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e o Ministério Público. Não foram divulgadas informações sobre a família da criança ou sobre a situação do primeiro filho.