Se você enfrenta dificuldades para dormir e já se sentiu mal, ao longo do dia, por causa da falta de sono, saiba que esse é um problema muito comum. Pesquisas revelam que a insônia afeta mais de 70 milhões de brasileiros e especialistas explicam que 30% a 40% das pessoas podem apresentar distúrbios de sono ao longo da vida. Esses problemas, para além do cansaço, podem provocar diversos danos à saúde, como destaca o neurocientista Dr. Wellington Bruski. Ele lembra, no entanto, que a dificuldade para dormir já pode ser tratada para devolver qualidade de vida a quem sofre com ela.
Dr. Wellington explica que o sono é mais que apenas um período de descanso ou inatividade. Ele afirma que a principal função do sono é restaurar o equilíbrio bioquímico do corpo, eliminando toxinas e promovendo a renovação celular. “O equilíbrio dos hormônios e toda a nossa função biológica dependem do nosso sono, porque o corpo trabalha enquanto dormimos”, diz o especialista.
As pesquisas demonstram, no entanto, que as pessoas estão dormindo cada vez pior. Dr. Wellington Bruski avalia que, em geral, isso se deve a maus hábitos, como manter luzes acesas e usar muito o celular antes do sono. “Isto faz com que o cérebro não entenda que chegou a hora de dormir. O corpo não produz o hormônio melatonina e a pessoa não dorme”, detalha. Outro fator que prejudica o sono, de acordo com o neurocientista, é o excesso de stress, que aumenta a concentração dos hormônios adrenalina e cortisol no corpo. “Quando chega a noite, a pessoa ainda está acelerada. O corpo dela ainda está correndo e não consegue descansar”, afirma.
O principal impacto de uma noite mal dormida é, sem dúvidas, o cansaço no dia seguinte, que também contribui para o aumento do estresse e da ansiedade. Dr. Wellington Bruski explica, no entanto, que as consequências vão além: com o desequilíbrio bioquímico por causa da falta de sono, o corpo não consegue realizar adequadamente uma série de funções. “Isso vai gerar um efeito cascata. Você não vai conseguir trabalhar direito, não vai ter concentração, capacidade de memorização ou paciência”, afirma. “Noites mal dormidas também podem levar a problemas cardiovasculares, respiratórios, renais e hepáticos", acrescenta.
A boa notícia é que já há recursos para tratar os distúrbios do sono. O neurocientista explica que uma das principais estratégias para lidar com esses problemas é a terapia cognitivo-comportamental, que é realizada por psicólogos e tem como objetivo levar à mudança de hábitos. Ele pontua que, nos casos mais severos, também é indicada a visita a um neurologista, que poderá receitar remédios para serem usados em conjunto com a psicoterapia. “Para voltar a ter um sono de qualidade, é preciso rever os hábitos”, afirma Dr. Wellington. Temos que deixar o celular de lado e abaixar as luzes da casa cerca de duas horas antes de dormir. Se não fizermos isso, não vamos conseguir mais ter rendimento no trabalho e qualidade de vida com a nossa família”, conclui.