Morreu na manhã deste sábado (14) o cineasta Breno Silveira, de 58 anos. Ele estava filmando no interior de Pernambuco quando teve um mal súbito no município de Vicência e não resistiu. A informação foi confirmada pela Conspiração Filmes, produtora da qual Breno era sócio. A reportagem é do G1.
Breno estava em Pernambuco para as gravações do filme “Dona Vitória”, com Fernanda Montenegro no papel-título. A trama conta a história de uma aposentada que desmontou uma quadrilha de traficantes e policiais, a partir de imagens gravadas da janela do seu prédio, em Copacabana.
O cineasta se formou pela École Louis Lumière, de Paris, e teve sua primeira experiência como diretor de fotografia no longa “Carlota Joaquina: Princesa do Brasil”, em 1995.
Em 2000, foi diretor de fotografia do filme “Eu Tu Eles”, que chegou a ser selecionado para participar da mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes.
Em 2005, Silveira teve sua estreia como diretor de cinema em “Dois Filhos de Francisco”, o filme mais visto daquele ano, com mais de 5 milhões de espectadores. O longa chegou ao posto de maior sucesso de bilheteria do cinema nacional desde a retomada do setor, batendo ''Carandiru'', de Hector Babenco.
A história da dupla Zezé Di Camargo e Luciano recebeu mais dez indicações ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, inclusive na categoria de melhor filme. Levou prêmios em quatro categorias.
Outras produções famosas de Breno Silveira são “Gonzaga: de pai para filho” (2012) e "Era uma vez" (2008). Ele também foi produtor associado de "Casseta e Planeta: A taça do mundo é nossa"
No ano passado, Silveira estreou "Dom", uma série de ficção inspirada nas invasões de prédios feitas por uma gangue liderada pelo "bandido gato", no Rio de Janeiro. Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, era um jovem de classe média e dependente químico que acabou entrando para o crime.
Breno afirmou ao g1 que a ideia da série surgiu depois que o pai de Dom o procurou pedindo que alguém contasse a história do filho por uma ótica diferente das páginas de polícia dos jornais da época.
"Comecei a escutar aquele cara ainda muito transtornado com tudo. A princípio, me pareceu uma história muito pesada para contar, mas percebi que, no fundo, tinha uma história de pai e filho ali. Tinha outra camada que não era só o que ele me contava", afirmou Silveira, na época.