Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (16), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, afirmou que a aplicação da vacina contra covid-19 em adolescentes foi feita de maneira "intempestiva" e criticou estados por não seguirem as orientações federais.
"Estados e municípios iniciaram essa vacina antes, até no mês de agosto, vacina que era para começar ontem", disse ele durante entrevista coletiva. "Como conseguimos coordenar a campanha dessa forma”?
Segundo Queiroga, estados estariam aplicando vacinas de outros fabricantes além da Pfizer, que é o único autorizado pela Anvisa para menores de idade.
"Sigam a recomendação do PNI [Plano Nacional de Imunização], não apliquem vacinas que não têm autorização da Anvisa", disse. "Não vamos aceitar isso. Temos compromisso com todos os brasileiros, mas em especial com os adolescentes, que são o futuro dessa nação". Segundo ele, quase 3,5 milhões de adolescentes já receberam o imunizante. "Três milhões e meio que receberam a vacina de forma intempestiva", classificou.
De acordo com um gráfico exibido durante a apresentação, foram aplicadas mais de 26 mil doses de vacinas que não foram autorizadas para adolescentes. Também foram registrados nove casos de jovens que tomaram três doses da vacina.
O Ministério suspendeu a vacinação para adolescentes sem comorbidades na noite desta quarta-feira (15). Alguns estados já estavam aplicando o imunizante nessa população, enquanto outros previam começar nesta data. A nova orientação prevê que a vacina só seja aplicada em pessoas entre 12 e 17 anos que tenham "deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade".
A decisão estaria embasada nas orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) de não recomendar a imunização desse grupo, pelo número baixo de casos graves e pelos poucos estudos sobre a vacinação nessa faixa etária. A nota também cita que houve redução na média móvel de casos e mortes por covid, o que torna o cenário epidemiológico menos perigoso para os adolescentes sem comorbidades.
SP e RJ devem continuar imunização
O governo de São Paulo informou em nota que seguirá vacinando adolescentes de 12 a 17 anos de idade por recomendação do Comitê Científico do Estado. “A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles”, diz a nota do governo paulista.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro decidiu manter a vacinação de adolescentes de 14 anos de idade, marcada para ocorrer nesta quinta e sexta-feira. Já a vacinação dos adolescentes de 13 e 12 anos de idade será discutida na próxima quarta-feira (22), no Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 do município.
As informações são do UOL.