Um mês após o início das enchentes que têm devastado o Rio Grande do Sul, ainda não há um balanço confiável sobre a quantidade de casas perdidas, o que dificulta a articulação de um plano de atendimento a quem ficou sem teto, afirmou, nesta terça-feira, 4, o ministro das Cidades, Jader Filho.
Segundo ele, apenas 77 dos cerca de 400 municípios gaúchos afetados pelas chuvas repassaram ao Ministério os números dos danos sofridos. O balanço parcial é de 47 mil residências perdidas.
Além de faltarem informações da maioria das cidades, o ministro ponderou, ainda, que os dados levantados até aqui por alguns municípios podem estar superestimados. Ou seja: o dado de 47 mil residências perdidas não é seguro.
"A gente tem de ter muita paciência com essas prefeituras, porque elas ainda estão fazendo a defesa das cidades, mas também fazemos um apelo para enviarem informações o quanto antes puderem", disse Filho.
"É muito importante para que a gente possa, por exemplo, fazer o pedido do crédito extraordinário, entender os valores, a quantidade de unidades habitacionais e quais são as soluções", explicou o ministro durante entrevista coletiva à imprensa.
Na semana passada, o governo federal anunciou que comprará imóveis para repassar às famílias que ficaram sem moradia. Na largada, a previsão é de aquisição de 2 mil habitações voltadas, inicialmente, para Porto Alegre e para a região metropolitana.
Nesta semana, será publicada uma portaria do Ministério das Cidades permitindo que a Caixa Econômica Federal possa receber propostas de aquisição de imóveis usados tanto de imobiliárias, quanto de pessoas físicas, adiantou o ministro.
Jader Filho voltou a dizer que as ações do Ministério das Cidades incluem a aquisição e a reconstrução de moradias, leilões, novas seleções do Minha Casa Minha Vida (MCMV), entre outras medidas. "Não há uma solução única", enfatizou.
O ministro concedeu entrevista aos jornalistas após participar de evento com empresários do mercado imobiliário organizado pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo.