Minas Gerais registra três mortes por raiva humana

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 04/05/2022
Minas Gerais registra três mortes por raiva humana

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais está investigando um caso suspeito de morte por raiva humana. Trata-se de uma menina de 11 anos. Conforme reportagem do g1, o Estado já contabiliza a morte de dois adolescentes de 12 anos e uma criança de 05 anos pela doença.

Veja o que se sabe até agora sobre a doença:

1 - Quem são as vítimas

Os adolescentes e a criança vítimas da doença eram da mesma família. Eles eram da etnia Maxacali e viviam na reserva indígena de Pradinho, em Bertópolis, na Região do Vale do Mucuri.

O acesso à aldeia só é possível por meio de uma estrada vicinal, com 38 km de extensão. Conforme a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), há cerca de 1,5 mil indígenas na região. Eles vivem de artesanatos e da produção agrícola.

Os maxacali mantém rituais religiosos e têm idioma próprio.

2) Como ocorreu a infecção?

De acordo com o Ministério da Saúde, a raiva é transmitida aos humanos por meio da saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. Mas ferimentos provocados por arranhões desses animais também podem transmitir a doença.

Foi exatamente dessa forma que Zelilton Maxakali, de 12 anos, contraiu a raiva humana. A família contou aos médicos que ele havia sido atacado por um morcego 10 dias antes. Ele foi atendido no dia 03 de abril, e morreu em menos de 24 horas.

A menina de 12 anos também apresentou sintomas e o caso foi notificado à SES-MG no dia 5 de abril. Na data seguinte, foi transferida de Bertópolis para o Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, onde permaneceu internada por 24 dias. Ela chegou a ocupar um leito de UTI, mas morreu no dia 29 de abril.

No dia 17 de abril, a SES-MG tomou conhecimento da morte de uma criança de 5 anos que também vivia na aldeia. Ela não apresentou sintomas da doença, mas como havia parentesco próximo com as outras vítimas, o estado passou a investigar o caso, que foi confirmado em 26 de abril. As investigações continuam para saber como ocorreu a infecção.

Uma menina de 11 anos, da mesma comunidade indígena, está internada em Minas Gerais com febre e dor de cabeça. A SES-MG também investiga se ela está com raiva humana. O caso foi considerado suspeito no último dia 21 de abril e aguarda resultado dos exames laboratoriais.

3) Quais são os sintomas da doença?

A doença pode não apresentar sintomas durante um intervalo de 45 dias. Mas segundo o Ministério da Saúde, o tempo de incubação pode mudar de acordo com diferentes fatores. Entre eles, a parte do corpo e a profundidade da mordida; e se a vítima for criança – quando a doença se desenvolve mais rapidamente.

O vírus provoca mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, perda de apetite, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, fraqueza, irritabilidade, inquietude, sensação de angústia.

Os sinais podem permanecer de 2 a 10 dias após o período de incubação.

4) Como se prevenir?

Para evitar a contaminação, é preciso receber a vacina contra a raiva. O imunizante é aplicado em humanos e, também, nos animais domésticos.

Anualmente, o governo faz campanha de vacinação antirrábica. A aplicação das doses em cães e gatos evitam a infecção de animais domésticos e prováveis transmissões para humanos.

Até o dia 28 de abril, das 1.037 pessoas da comunidade de Pradinho, em Bertópolis, 802 já tinham recebido duas doses da vacina antirrábica humana.

5) Histórico

Nos últimos 10 anos, o Brasil registrou 40 casos de raiva humana, uma média de quatro casos por ano. As notificações partiram de diferentes estados, com casos isolados.

No estado do Pará, em 2018, o Ministério da Saúde registrou 10 casos da doença na região. Em todas as notificações, segundo o Ministério, os morcegos foram transmissores.

Em 2008, Pernambuco registrou o primeiro caso de cura da raiva humana. Um segundo caso deste tipo foi registrado em 2017, no estado do Amazonas.

Em Minas Gerais, não havia registros de raiva humana desde 2012. Um paciente foi diagnosticado com a doença em Rio Casca, na Zona da Mata mineira.

Fonte: Informações do g1.