Um fato fora do comum foi registrado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Osasco, em São Paulo, na madrugada do último dia 18. Uma mãe procurou a unidade de saúde porque seu filho, de 9 anos, apresentava alguns sintomas gripais, e, durante o atendimento médico, segundo a mulher, um profissional de saúde receitou sorvete de chocolate e "Free Fire", um jogo de ação disponível para celular, à criança.
Junto da receita também foram indicados alguns medicamentos, como amoxilina e dipirona.
A mãe do paciente, identificada como Priscila da Silva Ramos, só notou o "deboche" do médico quando chegou em casa e mostrou a receita a um parente. "Como meu filho vai tomar sorvete de chocolate? Ele está com a garganta inflamada", disse a mulher em uma entrevista concedida ao G1.
Ainda conforme Priscila, o filha estava com "tosse, gripe muito forte, dor de garganta, tonturas e vômito".
A mãe se queixou do atendimento que o menino recebeu, já que durante a consulta ele não foi examinado em momento algum. A mulher informou que o médico apenas perguntou o que a criança sentia e "começou a receitar um monte de remédio". Priscila alega que alguns dos medicamentos ela conhecia, como, por exemplo, dipirona, mas os outros não. Além disso, o responsável pelo atendimento não explicou para que serviam os fármacos.
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Enquanto estava sentado, o médico perguntou ao garoto se ele queria "sorvete de chocolate ou morango". Ele optou por chocolate "e aí o médico prescreveu na receita: sorvete de chocolate duas vezes ao dia mais Free Fire diariamente".
O médico está atualmente com o CRM ativo no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), mas não tem especialidade registrada. No carimbo da receita, ele se identifica como neurologista.
Através de uma nota, a Prefeitura de Osasco informou que o prontuário apontava que a criança estava com quadro inflamatório agudo, mas sem sinal de gravidade. "O médico refere ter prescrito o sorvete para alívio da dor, já que a ingestão de gelado exerce efeito anestésico e assim a criança conseguiria se alimentar durante a fase aguda da doença."
Ainda através da nota, a administração municipal diz que "devido à conduta indevida com o paciente e seus familiares e o não esclarecimento das condutas tomadas, o médico foi desligado do quadro de prestadores de serviços."
Com informações do G1.