Médico esquece instrumento entre o pescoço e coração de paciente

Autor: Da Redação,
sábado, 20/07/2024
O caso foi parar na Justiça

O estado de São Paulo foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil após um médico esquecer um item cirúrgico dentro de um paciente de 47 anos. O instrumento, um fio-guia, foi deixado entre a jugular e o átrio direito do coração do homem. 

O caso, que foi levado à Justiça, poderia ter provocado a morte do autônomo Vanes de Jesus da Silva. O objeto foi esquecido dentro do paciente durante um tratamento para insuficiência renal. 

Os advogados de Vanes conseguiram uma liminar na Justiça para que o estado assumisse a cirurgia de retirada do instrumento, esquecido em 2022. Parte do fio-guia só foi removido neste ano e, portanto, por não ter cumprido o pedido de urgência, foram aplicadas as multas, que totalizaram R$ 50 mil.

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Vanes tem diabetes [alto nível de açúcar no sangue] e, por este motivo, desenvolveu uma insuficiência renal grave em julho de 2022. Naquela época, ele iniciou a hemodiálise, um tratamento que serve como um rim 'artificial' e precisa da inserção de um cateter na região do peito, com auxílio de um fio-guia, que acabou sendo esquecido dentro dele.

Em entrevista ao G1, a filha de Vanes, Jullyana Dionísio, de 24 anos, explicou que o pai mora em Itanhaém, no litoral de São Paulo, mas o procedimento foi realizado no Instituto Segumed, em São Vicente (SP), pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O item esquecido dentro do autônomo só foi descoberto quase 8 meses após o procedimento. Vanes passou a sentir dores no peito e, por conta disso, realizou um exame de raio-X, onde foi descoberto o que estava causando o problema. 

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Ele foi encaminhado para agendar a cirurgia de retirada do instrumento pelo SUS, mas, em dezembro do ano passado, ainda não tinha recebido um retorno. Por conta disso, entrou com uma ação contra a Prefeitura de Itanhaém e a Fazenda do Estado de São Paulo e conseguiu uma tutela de urgência.

A filha do autônomo ressaltou, assim como consta no parecer médico, juntado no processo, que a remoção rápida era necessária porque o fio-guia estava em uma área que podia causar a morte de Vanes.

Com informações do G1.