Vender um imóvel não é uma tarefa fácil, mas o mercado imobiliário é um dos setores que está sobressaindo em meio a pandemia - e ainda dá indícios de que seguirá aquecido neste ano. A baixa histórica na taxa Selic em 2020 contribuiu para a recuperação do mercado de imóveis e dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), revelam que, no primeiro semestre de 2021, os financiamentos imobiliários para a compra e a construção de moradias no país totalizaram R$97 bilhões, o que representa uma alta de 124% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mas o isolamento social também foi crucial para a movimentação no mercado. Com boa parte da população aderindo a internet, o setor imobiliário se adaptou e investiu em um novo modelo de negócio: o marketing imobiliário que, abrangendo o termo, nada mais é que implantação de estratégias online e offline na divulgação de uma empresa do ramo de imóveis com o objetivo de atrair potenciais compradores, aumentar o número de vendas e elevar o faturamento.
Para o empresário e especialista em negócios Lucas Felt, CEO da corretora Felt Negócios Imobiliários, os planos de marketing devem ser pensados de acordo com as características do ramo, sobretudo em manter próximo o público com ações humanizadas. “Apesar de estamos no meio digital, é preciso mostrar o dia-a-adia, todos os bastidores, negociações e sempre apresentar novidades sobre o mercado, além de passar um conteúdo informativo e de qualidade aos seus clientes”, disse o especialista, que ainda acrescenta:
“As melhores redes sociais para isso são o Instagram, que passa mais seriedade e confiabilidade, e o Tik Tok, que possui maior alcace”, completa.
Invista em Tours-virtuais
Intensificar ainda mais as medidas práticas, como o uso de tour virtuais, por exemplo, é outra estratégia que pode ser adotada pelo corretores, de acordo com Felt, já que facilita nas negociações, é ágil e proporciona conforto ao cliente. “Costumo dizer que o vídeo tour é o início do sonho, porque o cliente já se enxerga morando no imóvel. Outra coisa é o adiantamento da visita no local, o que facilita muito, visto que hoje em dia as pessoas não tem muito tempo. Além disso, serve como medida protetiva, devido ao atual momento”, explicou o empresário.
E com a ajuda do especialista, elencamos três dicas para que os profissionais do ramo possam alavancar os negócios e crescerem nas redes sociais.
Conhecimento: saiba o que está vendendo
“É importante você conhecer bem a sua marca e o seu produto, assim você consegue passar confiança, seriedade e autonomia, criando e atraindo a confiança do seu cliente”.
Nichar: escolha um público dentro do mercado e foque nele
“Dentro do mercado imobiliário existem alguns públicos como, por exemplo, os que se interessam por estabelecimentos comerciais e os que preferem imóveis. É preciso saber qual deles seu negócio se adequa e assim pensar estratégias direcionadas”
Inove e não tenha vergonha de se mostrar para o público
“O mercado está em constante mudança e a todo momento aparece uma novidade e é preciso arriscar, testar e tentar sem medo de que aquilo possa dar errado”.
“A pandemia, por incrível que pareça, fez o mercado imobiliário ter um crescimento enorme. Tivemos uma baixa histórica dos juros, empresas implantando o home-office e, dessa forma, as pessoas migraram para a internet adaptando suas rotinas de teletrabalho e tele-estudo, e passaram a procurar por casas e espaços maiores”, finalizou.
Trajetória profissional
Lucas Felt iniciou sua carreira na área imobiliária como consultor, mas de maneira despretensiosa. Sobre sua trajetória, ele conta que ele demorou dois meses para efetuar a primeira venda no ramo e que a dificuldade não foi empecilho para ele desistir, pelo contrário, foi um impulso.
"Cinco anos atrás eu estava deixando a imobiliária que eu trabalhava, para começar o meu sonho, ter o meu próprio negócio. Então fundei em 2016 a Felt Negócios Imobiliários. Abri a empresa em meio à crise do mercado imobiliário, tive muitas dificuldades no início, principalmente por ter que abrir uma empresa sem dinheiro", relata o atual empresário.