O presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, tomou posse neste domingo (8). Líderes internacionais como o presidente de Argentina, Alberto Fernández, e o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, participam da cerimônia.
Organizações sindicais, sociais e indígenas também participam da solenidade que será realizada pela Assembleia Legislativa Plurinacional, em La Paz, capital do país, e teve início às 7h, horário local (11h de Brasília).
Durante o discurso, Lucho Arce, como é conhecido no país, disse que seu governo trabalhara orientado pelo presente e futuro. "Nuestro gobierno trabajará orientado en el presente y futuro, sirviendo al pueblo boliviano, a intereses colectivos y no a intereses mezquinos individuales". (Nosso governo trabalhará orientado no presente e no futuro, servindo ao povo boliviano, aos interesses coletivos e não aos mesquinhos interesses individuais, em tradução livre). As falas do discurso estão sendo publicadas no Twitter do presidente empossado.
Arce chega ao poder após vencer a eleição no dia 18 de outubro. Com a vitória, os socialistas estação de volta no poder no país andino um ano após a saída de Morales.
Do exílio, na Argentina, o ex-presidente Evo Morales segue com o cargo de presidente do Movimento ao Socialismo (MAS), que comandou o país por quase 14 anos antes de renunciar em meio a pressões no ano passado e deixar a Bolívia.
Arce disse que a influência nessa posição será limitada. "Ele não terá qualquer papel em nosso governo", disse à Reuters, na sede do MAS, na capital administrativa da Bolívia, La Paz. "Ele pode retornar ao país quando quiser, porque é boliviano, mas no governo sou eu que devo decidir quem fará parte da administração e quem não fará".
Morales vive fora da Bolívia desde que deixou o país no ano passado, após uma eleição marcada por acusações de fraudes. Ele nega as acusações e diz que foi derrubado do poder por um golpe de direita. O ex-presidente enfrenta ainda uma série de acusações de corrupção, que também nega.
Como ministro das Finanças de Morales, Arce ajudou a comandar uma economia que cresceu mais rapidamente do que qualquer outra na região. Mas, ao tomar posse hoje, ele enfrentará uma recessão. "Vamos ter que adotar medidas de austeridade. Não há outra opção se não temos receita suficiente para cobrir os gastos atuais", disse.
O presidente eleito, de 57 anos, afirmou que o modelo econômico que ajudou a implementar no governo Morales funcionou no passado e funcionará novamente.
Educado no Reino Unido, o socialista, que disputou a eleição com uma plataforma de gastos em bem-estar social, afirmou que os cortes não afetarão os investimentos públicos, a prioridade para reativar o crescimento.