Uma estudante de medicina, de 27 anos, ficou três meses internada, sendo 36 dias entubada na UTI, depois de ter sentido uma falta de ar que não se resolvia com a bombinha de asma, condição que ela tinha há anos. No final do período, que teve início em maio, Bárbara Maia saiu do hospital com um dos braços amputados. Tudo por causa de uma doença rara que ela tinha e não sabia.
Os médicos descobriram que a universitária mineira tem síndrome antifosfolípide (SAF), uma doença autoimune conhecida como síndrome do “sangue grosso”. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a condição gera tromboses recorrentes e causa sintomas semelhantes aos do lúpus (dores, inchaços e fadiga).
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No caso de Bárbara, os coágulos comprometeram seu pulmão, braço direito e cabeça. Durante a internação, a jovem teve dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs), passou por uma traqueostomia e teve um braço amputado.
Três meses no hospital
“A bombinha de asma não estava adiantando, então fui de ambulância ao hospital. Precisei ser intubada, pois nenhum remédio estava adiantando”, lembra a moradora de Belo Horizonte. “Segurei a mão da minha mãe e só conseguia dizer que estava com muito medo”, conta Bárbara, em vídeo publicado no TikTok.
A mineira acordou 36 dias depois da intubação, ainda na UTI, mas já sem o braço direito. O membro precisou ser removido devido a tromboses, que acabaram sufocando a musculatura. Enquanto estava em coma, ela passou por várias complicações, incluindo falência renal, pneumonia e hemorragia no intestino. “Foram muitos os momentos que eu poderia ter morrido”, diz.
Bárbara recebeu 13 bolsas de sangue para repor o que perdeu durante o tratamento. Depois dos quase 45 dias de UTI, a estudante ficou mais 45 dias internada para se recuperar da doença e regularizar as manifestações da síndrome.
Barbara segue com o tratamento e ainda precisa de ajuda para realizar algumas tarefas do dia a dia, como subir escadas ou digitar. Canhota, ela ainda está recuperando a força da mão, que ficou parada por três meses, mas voltou para a faculdade em setembro. "Ainda está um pouco complicado para estudar, porque a memória e a concentração ainda não voltaram por completo, mas estou me sentindo mais preparada a cada dia e ainda tenho o sonho de ser cirurgiã oncologista”, conclui.
*Com informações Metrópoles.