Em 16 de outubro de 1978, o cardeal polonês Karol Wojtyla foi eleito Papa, adotando o nome João Paulo II. Aos 58 anos, ele se tornou o primeiro pontífice não italiano em mais de 450 anos, marcando um ponto de inflexão na história da Igreja Católica. Sua eleição ocorreu após um conclave que durou dois dias, convocado após a morte repentina de João Paulo I, que havia ocupado o trono de Pedro por apenas 33 dias.
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O conclave, realizado na Capela Sistina, contou com a participação de 111 cardeais de diferentes partes do mundo. Wojtyla, então arcebispo de Cracóvia, não era considerado um dos favoritos. Sua eleição surpreendeu muitos, mas foi vista como um sinal de abertura da Igreja para além das fronteiras europeias tradicionais.
João Paulo II rapidamente se destacou por seu carisma e por sua capacidade de comunicação, estabelecendo uma relação próxima com os fiéis desde o início de seu pontificado. Durante o anúncio de sua eleição, na Praça São Pedro, ele se dirigiu à multidão com uma saudação em italiano: "Não sei se posso me explicar bem na vossa língua... Se eu errar, vós me corrigireis."
O pontificado de João Paulo II, que se estendeu por mais de 26 anos, foi um dos mais longos da história. Ele é lembrado por seu papel fundamental na queda do comunismo na Europa Oriental, sua defesa dos direitos humanos e sua aproximação com outras religiões.
João Paulo II teve uma relação especial com o Brasil, país que visitou em quatro ocasiões durante seu pontificado. A primeira visita aconteceu em junho de 1980, e foi histórica: o Papa percorreu 13 cidades em 12 dias, sendo recebido por milhões de fiéis. Ele trouxe mensagens de esperança e reforçou o papel da Igreja em questões sociais, como a pobreza e a justiça.
Entre as cidades visitadas, destacaram-se Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Salvador, onde João Paulo II realizou grandes celebrações e encontros com líderes políticos e religiosos. O Papa também foi ao Amazonas, em um gesto significativo de aproximação com as populações indígenas.
João Paulo II voltou ao Brasil em 1991, 1997 e 2002. Durante essas visitas, manteve seu discurso centrado na dignidade humana e nos valores da fé cristã, além de reforçar a importância da família e do combate à desigualdade. Sua presença no país deixou marcas profundas e consolidou sua imagem de líder espiritual próximo e sensível aos desafios enfrentados pelos brasileiros.