Uma família pede por justiça após uma mulher de 21 anos, que estava grávida de nove meses, morrer dentro de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em frente ao Centro de Saúde de Água Doce do Norte, no Espírito Santo. Conforme informações, a vítima, identificada como Syang Siqueira de Souza, chegou a ser atendida, mas poucas horas depois foi liberada e morreu.
Tudo começou no último domingo (21), quando Syang começou a passar mal com dores na região pélvica. Além disso, ela alegou que estava com falta de ar. O esposo, Leandro Soares Lorêdo, a levou para uma unidade de saúde da cidade e, na sequência, foi levada por um clínico-geral para o Hospital Estadual Dr. Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco, município vizinho, para passar por um especialista.
Uma médica analisou Syang, fez o exame do toque e disse que a grávida não estava dilatando. A profissional de saúde também afirmou, segundo Leandro, que o útero estava fechado. A obstetra aconselhou que ela e o marido retornassem para casa, mesmo faltando dois dias para Syang completar 41 semanas de gestação.
Durante a noite, a gestante tornou a sentir falta de ar, mas de uma forma intensa. Junto da família, a mulher procurou novamente o Centro de Saúde de Água Doce do Norte, onde o médico que estava de plantão fez o atendimento e desconfiou de algo mais grave. O Samu foi acionado, dessa vez com pedido de UTI.
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A ambulância demorou cerca de 40 minutos para comparecer à instituição. Quando chegou, houve demora para que a ambulância levasse Syang até a cidade vizinha.
Leandro informou que a esposa morreu no interior do veículo. "Colocaram ela dentro da ambulância, que ficou parada em frente ao centro de saúde. O médico massageou a minha esposa por cerca de 45 minutos, até que em certo momento ele saiu da ambulância e disse que minha esposa havia tido uma parada cardíaca e que minha filha também havia falecido", disse.
A família de Syang suspeita que houve negligência por parte da médica obstetra que atendeu a grávida no Hospital Estadual Dr. Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco.
Além disso, os familiares não entenderam por que houve demora do Samu em levar Syang ao hospital, mesmo com a constatação por parte do médico plantonista do Centro de Saúde de Água Doce do Norte de que o estado de saúde da grávida era grave.
"Minha filha nasceria no dia 24, data em que minha esposa faria 41 semanas de gravidez. Não se atentaram à parte clínica da minha esposa, à falta de ar. Se ela estivesse no hospital, em observação, as duas estariam vivas. Agora estou sem nenhuma delas", lamentou Leandro.
Mãe e bebê, que se chamaria Malya, foram enterradas nesta terça-feira (23).
Com informações do G1.