“Extremamente grave”, diz pesquisadora sobre a queimada no Pantanal

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 27/06/2024
Os brigadistas tentam apagar o fogo que avança sem controle

O fogo no Pantanal destruiu o equivalente a 680 mil campos de futebol e ameaça uma área três vezes maior. O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ divulgou uma análise estimando que os incêndios podem destruir, no mínimo, 2 milhões de hectares do Pantanal - uma área 13 vezes maior do que a cidade de São Paulo. Assista o vídeo explicativo abaixo.

Os brigadistas tentam apagar o fogo que avança sem controle. E o que já está crítico, pode piorar. “A situação é extremamente grave, extremamente preocupante diante do contexto climático que nós estamos vivenciando na região desde 2019 pelo menos, em que há uma seca persistente. Embora em 2023 tenha dado um certo alívio, a seca voltou em 2024, o que provoca um estresse na vegetação muito grande aliado a altas temperaturas. É a combinação perfeita para que os incêndios ocorram”, explica Renata Libonati, coordenadora LASA/UFRJ.

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Em 2024, já são 677 mil hectares devastados, mais que no mesmo período de 2020 - ano dos maiores incêndios no bioma. A análise mostra que, em junho, não foram registrados raios, uma das causas naturais de fogo na área.

“Os nossos estudos anteriores já provavam que a causa principal da ocorrência, a fonte de ignição principal no Pantanal para a ocorrência de incêndios, é humana”, afirma Renata Libonati.

Situação de emergência

O governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência por causa dos incêndios. O decreto de emergência prevê uma atuação do poder público mais célere nos municípios do estado afetados pelos incêndios.

O solo de turfa, típico do Pantanal devido à decomposição de matéria orgânica, é outro componente que alimenta o fogo. Quando seco, criam-se bolsões de ar dentro do solo, formando material combustível. O incêndio em turfa é considerado, nos manuais de combate ao fogo, como um dos mais complexos tipos de incêndios florestais. A primeira vista, parece que não há fogo na área, enquanto no subsolo um incêndio florestal de grandes proporções se desenvolve silenciosamente.

Além da vegetação peculiar do Pantanal, e da baixa umidade relativa do ar, com altas temperaturas e sem chuvas há 72 dias em Corumbá, e 67 dias em outras áreas do bioma, o vento forte, que na maioria das vezes ultrapassa 50 km/h, é um dos principais empecilhos nas ações de combate aos incêndios. Somente nos dias 22 e 23 de junho, o Pantanal registrou 256 focos de calor, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Em Mato Grosso do Sul foram 248 focos e em Mato Grosso 8. O município de Corumbá concentra 85,2% dos focos no Pantanal.

O trabalho de combate aos incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul está envolvendo ações simultâneas por terra e também pelo ar, com helicópteros e um avião.

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Animais em ameaça

Da onça-pintada, um dos símbolos do bioma no Brasil, passando por jacarés e cobras, diversas espécies correm risco diante do desequilíbrio ambiental e do fogo causa na região. Confira abaixo cada um deles que sofrem ameaça devido às queimadas:

Confira abaixo o que os grupos de resgate falam sobre o caso: