Estudo aponta que soneca durante o dia retarda envelhecimento

Autor: Da Redação,
terça-feira, 20/06/2023
Pesquisadores descobriram que as pessoas com maior predisposição para tirar cochilos apresentavam um volume cerebral total maior

Uma pesquisa realizada pela University College London (UCL), no Reino Unido, e pela Universidade da República, no Uruguai, sugere que tirar uma soneca durante o dia pode beneficiar a saúde cognitiva, retardando o envelhecimento cerebral em até sete anos.

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Durante o processo de envelhecimento, segundo os pesquisadores, é comum ocorrer uma redução do volume cerebral, estimada em cerca de 0,2% a 0,5% ao ano a partir dos 35 anos de idade. Esse declínio é resultado da diminuição do número de neurônios e das conexões entre eles.

A diminuição do volume cerebral já foi associada à recorrência de lapsos de memória, comprometimento cognitivo e demência. No entanto, o estudo publicado na revista Sleep Health, no último dia 19 de junho, sugere que cochilos podem retardar esses efeitos negativos. Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram amostras de DNA de 378.932 pessoas entre 40 e 69 anos, registradas no banco de dados UK Biobank. O objetivo era encontrar evidências que demonstrassem uma predisposição genética para tirar cochilos regulares ao longo da vida e entender se havia uma relação causal entre a soneca e a saúde do cérebro.

Simplesmente perguntar aos participantes se eles tinham o hábito de tirar cochilos não seria suficiente para a análise, uma vez que o sono pode ser induzido por medicamentos utilizados para tratar outras condições, como pressão alta ou doenças cardiovasculares. Os pesquisadores descobriram que as pessoas com maior predisposição para tirar cochilos apresentavam um volume cerebral total maior, equivalente a estar entre 2,6 e 6,5 anos mais jovem em comparação aos demais indivíduos.

"A partir de nossas descobertas, é possível sugerir que cochilos curtos durante o dia podem ser uma peça importante do quebra-cabeça para preservar a saúde do cérebro à medida que envelhecemos", afirmou Victoria Garfield, principal autora da pesquisa e integrante da Unidade MRC para Saúde e Envelhecimento ao Longo da Vida na UCL, em um comunicado.