Especialistas apontam que epidemia da dengue deve voltar; saiba quando

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 20/05/2024
O Brasil bateu recorde de casos de dengue em 2024

O Brasil registrou um recorde histórico de infecções de dengue em 2024. Dados do Ministério da Saúde apontam que houve mais de 4,9 milhões de casos da doença. 

O governo comemora a queda no número de infecções pela doença. Contudo, especialistas alertam para o retorno da epidemia ainda este ano.

Existe a possibilidade da curva voltar a subir em novembro. 

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Em geral, as epidemias de dengue têm um ano de intervalo entre uma e outra, mas essa janela de tempo tem se tornado cada vez menor nos últimos anos. A previsão é de que, logo no início do verão, ainda em 2024, a dengue volte a se espalhar pelo país.

O ciclo epidemiológico deve se antecipar, assim como ocorreu entre 2023 e 2024. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou que a pasta se prepara para a situação. 

“Teremos um tempo pequeno de preparação porque os nossos modelos matemáticos entendem que a gente pode começar a epidemia de 2025 ainda em novembro de 2024. Então, estamos atuando na epidemia atual e já nos preparando para a próxima, por conta do curto espaço que teremos”, disse, em encontro de pesquisadores no Ministério da Saúde.

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A pasta promoveu, quinta e sexta-feira (15 e 16/5), um encontro com mais de uma centena de pesquisadores para definir estratégias de combate à dengue e outras arboviroses que devem se proliferar na virada do ano.

Dengue e mudanças climáticas

O infectologista Kléber Luz, representante da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), atribui o encurtamento do ciclo da dengue às mudanças climáticas. As alterações do clima fazem com que as temperaturas se tornem propícias para a multiplicação dos mosquitos Aedes aegypti por mais tempo.

“A elevação das temperaturas e a intensificação das chuvas, comuns no final do ano, criam um ambiente propício para a proliferação do mosquito. As chuvas têm ocorrido em maior volume e mais cedo, o que acreditamos que esteja por trás do aumento de contágios”, explica o médico.

Alguns locais podem ser mais afetados pela antecipação de casos, especialmente a Região Norte do país. “A Amazônia, com seu clima quente e úmido, oferece um habitat ideal para o mosquito. Além disso, a presença de populações isoladas, e em áreas sem saneamento adequado, forma um caldo perfeito para um boom de casos”, indica o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp).

Com informações do Metrópoles.