Entenda o que causou o "apagão cibernético" que afeta todo o mundo

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 19/07/2024
Voos da Azul foram afetados nesta sexta-feira (19)

O mundo enfrenta um apagão nos sistemas de computadores nesta sexta-feira (19), que afeta companhias aéreas, hospitais, varejistas e outras empresas. O problema tem relação com sistemas que utilizam Windows na empresa CrowdStrike, uma fornecedora de serviços de segurança digital.

A CrowdStrike é uma empresa de segurança cibernética. Seu  software é utilizado por dezenas de indústrias ao redor do mundo para proteger contra hackers e violações externas. Uma atualização de software emitida pela CrowdStrike estaria na raiz do problema, resultando em travamentos de máquinas que executam o sistema operacional Microsoft Windows.

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Essa interrupção foi causada por uma atualização de segurança defeituosa da CrowdStrike. George Kurtz, executivo-chefe da CrowdStrike, disse em um comunicado que a empresa estava “trabalhando ativamente com os clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts do Windows”. Ele acrescentou: “Isso não é um incidente de segurança ou um ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implementada”.

No Brasil, usuários reclamam que apps de bancos estão fora do ar. Bolsas de valores em todo o mundo tiveram intercorrências nas operações.

O Aeroporto de Viracopos confirmou que o apagão afetou o sistema da Azul Linhas Aéreas, que opera a maior partre dos voos no terminal. Outros aeroportos e companhias disseram que não enfrentam intercorrências significativas.

Em um comunicado, a CrowdStrike confirmou que está ciente de falhas no sistema operacional Windows relacionada ao sensor "Falcon".

 PROBLEMAS EM AEROPORTOS

A companhia aérea Azul informou que, devido à intermitência no serviço global do sistema de gestão de reservas, alguns voos podem sofrer atrasos pontuais. “A recomendação é que os clientes que possuem voo hoje, e ainda não realizaram o check-in, cheguem ao aeroporto mais cedo e dirijam-se ao balcão de atendimento da companhia.”

No Aeroporto Internacional de Brasília, administrado pela Inframerica, o impacto foi muito pouco, restrito a voos da Azul. Até as 11 horas de hoje, cinco voos da empresa decolaram com atraso. Outros três ainda se encontravam atrasados. Todos da Azul. Diante da falha no sistema, o check-in passou a ser feito de forma manual, enquanto o sistema esteve fora do ar. “Outras companhias não reportaram impacto”, informou a Inframerica.

No Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ocorreram alguns problemas devido à intermitência no sistema de check-in. Com as empresas passando a fazer o procedimento manualmente, não houve maiores impactos, segundo a Infraero, administradora do aeroporto.

A Força Aérea Brasileira não foi afetada pelo apagão cibernético. “O sistema de controle do espaço aéreo brasileiro, incluindo todos os equipamentos e softwares utilizados pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo, permaneceu operando normalmente durante o período. Não houve impacto nos serviços de navegação aérea providos, mantendo-se o elevado nível de segurança das operações”, informou a FAB.

MUNDO

Segundo a rede de TV norte-americana ABC, nenhum voo da American Airlines, United e Delta deve decolar nas próximas horas. As viagens que já estão em andamento continuarão normalmente.

A Eurowings, subsidiária da companhia aérea alemã Lufthansa para voos na Europa, disse que todos os voos domésticos e entre Alemanha e Reino Unido foram cancelados até as 15h no horário local (10h no Brasil).

Problemas técnicos foram reportados nos maiores aeroportos da Europa e na Índia, com atrasos de voos. Em Berlim, na Alemanha, todas as decolagens ficaram suspensas por algumas horas. No aeroporto de Singapura, um dos maiores do mundo, diversas companhias aéreas estão fazendo o check-in de forma manual.

A Autoridade Aeroportuária de Hong Kong disse que as companhias aéreas também mudaram o procedimento de check-in para manual e que voos não foram afetados.

Com informações do G1, Agência Brasil  e Estadão