Na última terça-feira (13), um erro fez com que 46 pessoas recebessem a vacina da Covid-19, Coronavac, ao invés de doses da vacina contra a gripe, em um posto de imunização de Itirapina, em São Paulo. Dos vacinados, 18 são adultos, entre eles uma gestante, e 28 crianças.
Ainda em São Paulo, no município de Diadema, outras cinco crianças foram imunizadas contra a Covid-19 por engano em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Os vacinados têm entre sete meses e quatro anos e deveriam ter recebido a vacina da gripe.
De acordo com Bernardino Souto, que é infectologista, ainda não existem estudos que mostrem os efeitos da Coronavac em crianças e gestantes. Por este motivo, as pessoas que foram vacinas por engano devem ser acompanhas clinicamente.
"A luz da experiência com outras vacinas feitas com vírus inativado é possível que as crianças e gestantes acidentalmente vacinadas com a Coronavac não tenham efeitos adversos importantes, mas não há estudos clínicos suficientes para dar essa certeza. É adequado manter essas pessoas sob monitoramento ao longo de algumas semanas ou meses para verificar alguma ocorrência que possa ser relacionada à vacina. No caso das gestantes, é adequado que também seja feito com os recém-nascidos", disse o especialista.
Engano
De acordo com a Secretaria Municipal de Itirapina, o erro foi percebido durante o controle do estoque de imunizantes, na quarta-feira (14), quando constataram a falta de 46 doses da Coronavac.
Segundo a prefeitura do município, um técnica de enfermagem encaminhou erroneamente frascos da vacina contra o coronavírus para o local onde está acontecendo a vacinação contra a gripe (influenza).
Na última segunda-feira (12) começou a campanhas de imunização contra a gripe. Por conta da imunização contra a covid, a 1ª etapa, que geralmente se inicia pelos idosos, foi destinada esse ano a crianças maiores de 6 meses e menores de 6 anos; gestantes; puérperas; povos indígenas e trabalhadores da saúde.
Ainda conforme a prefeitura, nenhuma anormalidade foi detectada entre os vacinados. O Instituto Butantan comunicou que, “conforme indicado em bula, a vacina é indicada para indivíduos com 18 anos ou mais e não há conclusões científicas até o momento de segurança ou eficácia da vacina na população pediátrica ou em gestantes”.
O Butantan orienta que em casos como o ocorrido em Itirapina, as vigilâncias municipais acompanhem e coletem informações individuais das gestantes e das crianças expostas, solicitando que busquem orientação imediata nos serviços de saúde caso apresentem algum evento adverso e que, neste caso, não tomem a segunda dose do imunizante.
Com informações; G1.