Um casal morreu após um acidente de moto em Caldas Novas, Goiás. A motocicleta em que as vítimas, identificadas como Breno Brandão de Oliveira e Ana Cristina Sales, de 30 e 20 anos, estavam colidiu contra um poste. Vídeos divulgados pela família do rapaz mostram que os jovens estavam tentando fugir de uma viatura da Polícia Militar (PM) antes do acidente. A suspeita é de que o PM era ex-namorado de Ana Cristina e não aceitava o término da relação. (Assista ao flagrante abaixo)
O acidente aconteceu na manhã de 14 de agosto, no bairro Jardim Paraíso II. Um boletim de ocorrência foi feito a respeito do caso e, no documento, consta que o agente de segurança se deparou com um acidente de trânsito provocado pela própria vítima. O documento não cita que o casal estava sendo perseguido pela viatura.
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Em nota, a Polícia Militar afirmou que, ao tomar conhecimento do ocorrido, determinou a instauração de um procedimento para apurar os fatos. A Polícia Civil disse que a investigação é conduzida pela Delegacia de Polícia de Caldas Novas.
A família pede justiça, já que existe a possibilidade de se tratar de uma perseguição. A irmã do motociclista, Fernanda Dias Tomé, disse em entrevista ao g1 que a família acreditava na versão do acidente até o velório, quando começaram a surgir boatos da perseguição. Inicialmente, os parentes se sentiram ofendidos com a conversa, pois Breno nunca se envolveu em confusões ou andava com os documentos da moto atrasados.
“Meu irmão tem documento da moto em dia, moto quitada, CNH em dia. Nunca teve nenhuma passagem pela polícia, não é usuário de drogas, nunca fez nada de errado. Muito pelo contrário, ele era até muito sistemático. Breno fugia do conflito até dentro de casa”, lembra a irmã.
A partir do boato, a família de Breno foi até o Centro de Operações Polícia Militar (Copom) de Caldas Novas questionar sobre a perseguição. Segundo Fernanda, um policial mostrou os vídeos que teriam iniciado o boato, mas explicou que tudo não passava de um mal-entendido, já que toda perseguição precisa ser notificada e que, naquele período, nenhuma notificação de perseguição tinha sido feita.
“Eles chegaram a dizer claramente: ‘Esse é um policial do administrativo, não trabalha na rua, não faz patrulha, não é do perfil dele’. Ficaram até surpresos quando começou a surgir essas notícias”, lembra a irmã.
Mesmo com a negativa do Copom, a família de Breno continuou procurando vídeos dos momentos que antecederam o acidente e, por conta própria, constatou que houve uma perseguição. Por isso, foram à delegacia de Caldas Novas e à corregedoria da Polícia Militar, exigindo uma investigação sobre o caso. Em uma última ação, Fernanda divulgou a situação na internet.
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“Depois dos vídeos que eu coloquei no meu Instagram, várias pessoas vieram me procurar, algumas até preocupadas em não serem identificadas, pra dizer que a Ana e o policial tinham um relacionamento. Algumas pessoas dizem que ela tinha um ex que era policial, sem dizer exatamente qual ex, qual policial. E algumas dizendo que esse policial que perseguiu os dois é o ex dela”, diz Fernanda.
Assista:
Fernanda decidiu verificar as conversas de Breno com a mulher no celular do irmão. Descobriu que Breno e Ana Cristina trabalhavam juntos na farmácia de um hospital particular da cidade e que, há pouco menos de um mês, estavam iniciando um relacionamento amoroso, embora ainda não fosse sério.
Durante todo o tempo nas conversas, Fernanda diz que Ana Cristina mencionava o ex-namorado, dando a entender que ele a perseguia por não aceitar o fim do relacionamento. A vítima também alertava Breno, pedindo para que ele fosse cuidadoso.
A família de Breno cobra por explicações e por justiça, pois consideram que informações importantes sobre o caso foram omitidas do boletim de ocorrência e ignoradas pelo Copom. Eles também exigem que o policial que estava na viatura pague pelo que fez.
As informações são do G1.