Astrônomos anunciaram a descoberta do buraco negro mais distante da Terra. Ele foi identificado a partir de dados combinados do observatório de raios-x Chandra e do telescópio espacial James Webb, da Nasa (agência espacial norte-americana). Buraco negro é uma região do espaço onde o campo gravitacional é tão intenso que nem a luz consegue escapar de dentro dele. A intensa gravidade comprime a matéria até que não haja mais espaço entre os átomos. Por meio do telescópio James Webb, os astrônomos encontraram a galáxia hospedeira, localizada a aproximadamente 13,2 bilhões de anos-luz de distância da Terra, e com o Chandra identificaram o buraco negro supermassivo, que tem uma massa igual à de sua galáxia. A descoberta foi divulgada na segunda-feira, 6. A galáxia, nomeada como UHZ1, formou-se aproximadamente 470 milhões de anos após o Big Bang. Os pesquisadores acreditam que o buraco negro supermassivo tenha sido composto a partir de uma nuvem de gás e poeira e foi crescendo até se tornar tão massivo quanto todas as estrelas de sua galáxia hospedeira. Ele tem massa estimada entre 10 e 100 milhões de sóis. Esse objeto continuará a ser estudado para que os pesquisadores tentem entender como buracos negros supermassivos podem atingir massas colossais tão pouco tempo após o Big Bang. Existem duas hipóteses principais: eles terem se formado a partir do colapso de estrelas mortas e crescido até se tornarem supermassivos, ou já terem surgido diretamente do colapso de nuvens gigantes de gás e poeira. A descoberta resultou em dois artigos, um deles publicado no periódico
Astrophysical Journal Letterse outro que ainda será veiculado na revista
Nature Astronomy, mas já está disponível em versão prévia no site
AirXiv(https://arxiv.org/abs/2305.15458). "Existem limites físicos para a rapidez com que os buracos negros podem crescer após formados, mas aqueles que nascem com maior massa têm uma vantagem inicial. É como plantar uma muda, que leva menos tempo para crescer e se tornar uma árvore em tamanho real do que se você começou apenas com uma semente", afirmou o cientista e pesquisador Andy Goulding, da Universidade de Princeton (EUA), coautor do estudo da Nature Astronomy e autor principal do artigo no
The Astrophysical Journal Letters.