As universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG) e do Oeste do Paraná (Unioeste) estão entre as melhores do mundo em diferentes quesitos relacionados ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, da ONU, segundo o THE Impact Ranking.
O ranking avaliou 766 universidades em todo o mundo e foi divulgado terça-feira (21.04). O levantamento é uma iniciativa do grupo britânico que elabora um dos mais conceituados rankings internacionais de universidades, o THE World University.
Na classificação geral, a UEL alcançou a 91ª posição, seguida pela UEM na faixa 101-200 e Unioeste entre as 600 melhores universidades do mundo. A partir da 100ª colocação as instituições são classificadas por faixas. A UEPG foi avaliada somente na categoria Saúde e Bem-Estar.
O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, destacou a parceria com o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social para potencializar as ODS.
“O sistema estadual de ensino superior possui uma capilaridade capaz de contribuir significativamente para o desenvolvimento de pesquisas e ações que auxiliem no cumprimento da Agenda em todo o Estado. Em conjunto com o Cedes planejamos e executamos ações que buscam cumprir a Agenda 2030”.
LONDRINA - A UEL aparece como a universidade paranaense mais bem colocada. De acordo com a diretora de Avaliação e Informação Institucional, da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan), professora Elisa Emi Tanaka Carloto, a posição retrata o trabalho desenvolvido pela comunidade universitária considerando ações, projetos e pesquisas com foco na agenda 2030 da ONU. A agenda aponta prioridades como erradicação da pobreza, agricultura sustentável, saúde e bem-estar, redução de desigualdades, parcerias e meios de implementação de ações, energia limpa.
Dos 17 itens que compõem a Agenda 2030, a UEL respondeu a 15, elencando ações e projetos desenvolvidos, com destaque para a Usina Fotovoltaica, instalada na instituição em novembro do ano passado, com capacidade para manter cerca de 250 residências médias durante um ano. A estrutura é resultado do Projeto de Eficiência Energética aprovado em Chamada Pública assinada pela Copel e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além das placas de captação, o Projeto de Eficiência Energética e de Pesquisa e Desenvolvimento Estratégico incluiu uma unidade geradora de energia elétrica a biogás, substituição de lâmpadas fluorescentes por Led, troca de 40 condicionadores de ar e de 40 destiladores de água, por equipamentos mais eficientes e de menor gasto energético. Também foram instalados 40 medidores para avaliar o consumo no Campus Universitário.
Segundo a professora Elisa, os programas de apoio à permanência de estudantes carentes desenvolvidos pela UEL tiveram grande peso.
Receberam destaque a Moradia Estudantil, as bolsas de estudos de inclusão social, o subsídio para refeições no Restaurante Universitário, a cessão de passes para o transporte público e projetos de educação financeira direcionados à população carente, além de programas de atendimento de saúde voltados à população vulnerável.
MARINGÁ - A UEM ganhou destaque no quesito Parcerias para o Desenvolvimento, conquistando a 41ª posição no mundo, a segunda posição do Brasil, à frente inclusive da Universidade de São Paulo (instituição brasileira melhor avaliada) e também o primeiro lugar do Paraná.
Outro ótimo desempenho da universidade foi no ODS-2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), onde ocupa a primeira colocação do Paraná e a quarta do Brasil.
Na classificação geral, somando os 17 ODS avaliados, a UEM se situou na posição 101-200 entre todas as universidades do mundo, atingindo, em relação às demais instituições de ensino superior do País, o empate em terceiro lugar com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). No Paraná, ocupa a segunda colocação.
“A UEM teve um desempenho de destaque mundial no THE Impact Ranking, se classificando entre as 50 melhores universidades do mundo em três ODS”, diz o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PLD), João Marcelo Crubellate. “No ranking geral, a UEM está entre as 200 melhores instituições do mundo e em terceiro lugar entre as IES do País”.
OESTE DO PARANÁ - Na Unioeste os principais destaques da avaliação foram nos ODS 16: Paz, justiça e instituições eficazes; ODS 12: Consumo e produção responsável; ODS 13: Mudanças climáticas; e ODS 10: Redução das desigualdades.
Para o reitor Alexandre Webber, cada vez mais a Unioeste tem visto o incremento de seu prestígio e reputação institucional, reconhecidos pela comunidade internacional. “Este é o resultado da decisiva atuação universitária de nossa instituição no Oeste e Sudoeste do Paraná, servindo de importante vetor de desenvolvimento regional para mais 100 municípios”, afirmou.
PONTA GROSSA - No objetivo Saúde e Bem-Estar, a Universidade Estadual de Ponta Grossa ocupa o 15° lugar dentre as universidades brasileiras participantes. Este objetivo abrange as pesquisas sobre as principais doenças e condições de saúde, o apoio para profissionais da saúde e a saúde dos estudantes e funcionários.
A diretora de Avaliação Institucional da UEPG, Elismara Zaias Kailer, ressaltou que foram divulgadas na plataforma da THE informações relacionadas às atividades desenvolvidas pela UEPG que promovem saúde e bem-estar à comunidade interna e externa, como projetos e programas de extensão, ações do Hospital Universitário, serviços de apoio à saúde e ao meio ambiente, projetos de saúde mental, tabagismo, número de alunos graduados e pós-graduados, entre outros aspectos.
PROTAGONISMO - O Paraná foi o único representante brasileiro em um projeto que auxiliará alguns governos a atingirem os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 de maneira mais rápida.
Em 2019, dois representantes do Estado participaram, em Bonn, na Alemanha, da 2ª Mesa Redonda da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e do workshop com os pilotos do programa Abordagem Territorial.
O Paraná foi representado por Luís Paulo Mascarenhas, da Superintendência de Tecnologia e Ensino Superior, e Adriana Domingos, da 3ª inspetoria do Tribunal de Contas do Estado. A secretária-executiva adjunta da Secretaria de Governo da Presidência da República, Natasha Torres Gil Nunes, também acompanhou as discussões.