Balanço realizado neste sábado (18/04) mostra que a Fomento Paraná recebeu 21.700 pedidos de crédito em 20 dias, desde o lançamento feito pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior do pacote de medidas econômicas para preservar salários, empregos e manter a atividade econômica no estado.
O volume é quase quatro vezes maior do que os 5.640 contratos firmados pela instituição financeira do Governo do Estado em todo o ano passado, com empreendedores informais ou de micro, pequeno e médio porte.
Para dar conta de processar as solicitações, a instituição precisou redesenhar e desenvolver novas plataformas de concessão de crédito, baseadas em novos parâmetros, dentro das novas condições de taxas de juros, prazos, garantias e em um modelo quase completamente digital e diferente do atendimento presencial tradicional.
DEDICAÇÃO – De acordo com o diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves, esse período exigiu um esforço dos colaboradores de todas as áreas e da Celepar, trabalhando de segunda a segunda, para desenvolver sistemas, e ao mesmo tempo, junto com o Sebrae, atuar na sensibilização e ativação da rede de parceiros. Também foram realizadas reuniões com diversas entidades parceiras e feitas abordagens a dezenas de prefeituras.
“Mesmo com a dificuldade do distanciamento social e do trabalho remoto, por conta do número de pessoas que fazem parte de grupos de risco para a Covid-19, agora estamos com 60% da rede de agentes de crédito e correspondentes ativos, nas prefeituras, federações e associações comerciais e outros, para atender a essa sobrecarga de demanda”, explica Neves.
Segundo ele, a Fomento Paraná liberou ao longo da semana os primeiros R$ 5 milhões em operações de crédito e outros R$ 50 milhões devem ser liberados no início da semana.
“Devemos ganhar velocidade nos próximos dias, a partir da realocação de colaboradores para focar no cadastramento e análise de crédito, bem como da entrada em operação de novos módulos automatizados e parametrizados na nossa esteira de concessão de crédito”, conta o diretor de Mercado, Renato Maçaneiro.
Ainda de acordo com Heraldo Neves, também estão em tratativas pedidos de recursos ou aumento de limites junto a instituições repassadoras, nacionais e internacionais, para dar sustentação a esse volume de crédito solicitado pelas empresas paranaenses neste momento.
CRÉDITO — O diretor de Operações do Setor Privado Paraná, Everton Ribeiro, alerta que entre as milhares de solicitações de crédito, uma parcela significativa de empreendedores não poderá ser contemplada neste momento inicial. Isso se deve a pendências mais antigas existentes no Cadastro Informativo Estadual — CADIN, perante órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e paraestatal do Estado do Paraná, incluindo empresas públicas e de economia mista em que o Estado é acionista majoritário ou no Sistema de Informações de Crédito (SCR), relativo a operações de crédito e garantias contratadas por clientes com bancos e demais instituições.
Estes empreendedores serão avisados e orientados a regularizar suas pendências e cadastrar uma nova proposta para análise. “Houve uma flexibilização e uma simplificação na análise das propostas de crédito, mas ainda precisamos observar as restrições e perdas antigas registradas pelos mutuários, para então poder aprovar as operações”, explica Ribeiro.
RENEGOCIAÇÃO — Em outra frente de trabalho, a Fomento Paraná está atuando na renegociação de contratos, com suspensão de pagamentos de parcelas de atuais clientes por períodos de 90 ou 180 dias. Dos aproximadamente 15 mil contratos ativos da instituição, foram protocoladas 2.641 propostas de micro e pequenos empreendedores para renegociação e suspensão de pagamentos, com R$ 7 milhões já efetivados para atender quase 700 dessas propostas.
E até o momento foram renegociados também R$ 29,6 milhões referentes a financiamentos de linhas de crédito do BNDES, para empresas de pequeno e médio porte. “São recursos e condições oferecidas por instituições parceiras, que nos permitem repassar imediatamente aos nossos mutuários, para que possam cumprir outros compromissos, inclusive o pagamento de salários e fornecedores, nos próximos meses”, afirma o diretor Jurídico e CRO, Nildo Lübke.
MORATÓRIA — Na sexta-feira (17), a Fomento Paraná também contabilizou 256 solicitações de moratória de pagamentos de parcelas de financiamentos de municípios. A instituição calcula que até R$ 148 milhões em recursos de financiamentos contratados pelas prefeituras poderão deixar de ser pagos nos próximos 180 dias, permitindo que os recursos possam ser usados em ações de prevenção e combate à propagação do coronavírus nos municípios paranaenses.
“Nos próximos dias ainda pretendemos abordar alguns prefeitos que não conseguiram fazer a solicitação da moratória dentro do prazo, pois entendemos que é preciso tentar manter ao máximo os recursos no caixa das prefeituras e das empresas, para ajudar a reduzir os impactos da pandemia na economia, permitindo a manutenção de empregos”, afirma Wellington Dalmaz, diretor de Operações do Setor Público da Fomento Paraná.