Após figurar em 9º lugar entre as universidades públicas brasileiras e em 2º entre as do Paraná com maior número de docentes mulheres em seu quadro, a Universidade Estadual do Paraná (Unespar) é novamente destaque no tema da representatividade feminina. A Revista Quero publicou, nesta semana, uma matéria em que a Unespar ocupa o 8º lugar na lista das universidades públicas brasileiras com maior número de estudantes mulheres. Entre as universidades do Paraná, a Unespar fica em 2º lugar no ranking, atrás apenas da Unicentro.
De acordo com a revista, com base nos dados do Censo da Educação Superior de 2018, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as mulheres são maioria dentro das faculdades e universidades do Brasil, onde representam 57% do total de matriculados. Na Unespar, elas somam 60,6% do corpo de alunos. Apenas 22 universidades públicas, dentre um total de 103 com mais de 5 mil alunos com matrícula em exercício, tem uma taxa igual ou superior à média da representatividade feminina nacional.
Embora os dados da Unespar sejam positivos, a chefe de Gabinete da Reitoria, Edinéia Navarro, reconhece que ainda há muito o que se fazer para proporcionar um ambiente mais igualitário para suas estudantes e funcionárias. “A mulher ainda não se reconhece em cursos ligados às áreas das engenharias, das exatas e, predominantemente, são maioria nos cursos de humanas e educação. Para as estudantes mulheres, são muitas barreiras ainda a serem superadas”.
Para ela, a comemoração da posição da Unespar no ranking deve ser acompanhada de reflexões sobre os desafios de se implementar políticas de apoio à permanência e à criação de condições estruturais que permitam o atendimento às necessidades específicas da mulher. “As instituições não estão preparadas para apoiar a permanência delas na universidade. São muito comuns os casos de assédio, discriminação e a falta de condições institucionais para apoio às mães universitárias”, explica.
Medidas de combate à violência contra a mulher
Atenta a este contexto, a Reitoria da Unespar e seus órgãos internos têm adotado diversas medidas visando o combate à violência e a práticas discriminatórias dentro da instituição. A ação mais recente foi a criação da Ouvidoria de Gênero, implantada em junho de 2019, cuja intenção é viabilizar uma instância para receber e processar denúncias de assédio de gênero, prática de atos potencialmente preconceituosos ou sexistas, agressões de conotação sexual ou sexista, bem como qualquer manifestação de discriminação relacionada ao gênero ou à orientação sexual na comunidade acadêmica.