O presidente Jair Bolsonaro minimizou ontem o aumento das tensões entre Irã e EUA e seus efeitos de longo prazo sobre o preço do petróleo. Em entrevista à TV Bandeirantes, o presidente afirmou acreditar que os iranianos "dificilmente" vão retaliar os americanos após a morte do general Qassim Suleimani. Bolsonaro disse ainda que Irã e Brasil mantêm conversas sobre exportação de alimentos, mas destacou que "países que dão cobertura a terroristas ficam cada vez mais para trás".
O presidente afirmou desconhecer o poder bélico do Irã, mas acredita que o país não responderá: "É suicida da parte deles", disse. Bolsonaro também avaliou que, em um conflito militar, "perde o mundo todo" e defendeu que o posicionamento do Brasil seja "pacífico". "Afinal de contas, nós não temos forças armadas nucleares, como alguns países têm." Bolsonaro defendeu o presidente americano, Donald Trump: "Acho que o Trump não está fazendo campanha política em cima disso, não. Quando o Bin Laden deixou de existir se aventou essa possibilidade, mas o americano tem uma linha muito séria no tocante ao combate ao terrorismo".
Em nota, o Itamaraty apoiou ontem a noite a "luta contra o flagelo do terrorismo". O comunicado não menciona o nome do comandante militar morto na ação e diz que o Brasil está "pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada".
A Embaixada do Brasil em Bagdá recomendou ontem que não sejam feitas viagens ao país em razão do "quadro de incertezas e especulações" após o ataque.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.