A indústria teve bom desempenho no mês de novembro, atingindo resultados acima do comum para o mês. A conclusão foi do estudo Sondagem Industrial, desenvolvido mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria e divulgado hoje (19).
O levantamento avalia uma série de aspectos da produção industrial e sintetiza a situação das empresas brasileiras do setor em indicadores, com notas que vão de 0 a 100. Um deles é empregado para medir o crescimento da produção. No mês passado, ele atingiu 50,9. O índice bateu os resultados para novembro de 2018 (48,3), 2017 (50,5) e 2016 (47).
Sondagem Industrial - CNI - CNI
“Destaca-se que o índice de produção não costuma se situar acima dos cinquenta pontos em novembro, indicando aumento da produção”, destaca o estudo. O número de empregados ficou em 50 pontos, estável em relação ao mês anterior. O que, segundo a CNI, também não é comum para o mês, em razão da desaceleração que marca o período.
Na avaliação do economista da Confederação, Marcelo Azevedo, o resultado mostrou uma mudança de marcha na recuperação da indústria, que vinha lenta, em outubro mostrou força e foi confirmada em novembro.
“O mês não é de atividade muito forte, mas houve aumento em relação a outubro que não é comum. Normalmente a indústria já começa a ficar mais em baixa porque já fez todas as entregas. A mudança se deve à demanda. Ela já estava se recuperando mas não era sentido na indústria e não era traduzido na atividade, o que passou a se mostrar agora”, explicou Azevedo à Agência Brasil.
Capacidade instalada
Outro indicador é a utilização da capacidade instalada das firmas. Em novembro, ela ficou em 70%, o mesmo do mês anterior mas confirmando uma trajetória crescente desde junho, quando estava em 66%. Esse patamar ficou estável durante todo o primeiro semestre do ano.
A utilização da capacidade instalada no mês passado oscilou um pouco acima do registrado em anos anteriores, como em 2018 (69%), 2017 (69%) e 2016 (66%). Contudo, ficou abaixo da média do período entre 2011 e 2014 (74%). Mas, diferentemente do indicador sobre produção industrial, a utilização da capacidade instalada efetiva ficou abaixo do usual para o mês, atingindo o índice 46,7.
O estudo também analisou o nível dos estoques. Em novembro ele ficou dentro do planejado (50), com um movimento de queda desde julho, quando chegou a 52,8. “O processo de ajuste de estoques, que chegou a um pico de excesso em julho e passou a cair a partir de agosto deste ano, chegou ao fim. Assim, a produção tende a aumentar mais nos próximos seis meses, caso se concretize o aumento de demanda esperado pelos industriais”, pontua o documento.
Expectativa
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O estudo verificou uma expectativa maior em relação a itens como demanda, compra de matérias-primas e exportações do que nos meses anteriores. Contudo, os índices ficaram abaixo do sentimento do setor no início do ano.
A intenção de seguir investindo atingiu 58,1, maior patamar desde dezembro de 2015, quando foi de 40. Mas a perspectiva é menor do que o registrado em dezembro de 2013, quando a vontade de colocar novos recursos nos negócios estava em 60,6.