O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ofereceu denúncia criminal por lavagem de dinheiro contra o ex-governador do Paraná, Beto Richa nas gestões 2011 a 2014 e 2015 a 2018. Também foram denunciados pelo mesmo crime a esposa, Fernanda Richa, e um dos filhos do ex-governador, além do contador da família.
Os fatos denunciados referem-se à aquisição de um conjunto de salas comerciais no Centro Cívico, em Curitiba, no ano de 2013, por parte do ex-governador e seus familiares – imóveis esses colocados em nome da empresa que concentra o patrimônio da família. Parte do pagamento teria ocorrido com a utilização de valores recebidos como propina de construtoras investigadas no âmbito da Operação Quadro Negro, que apura desvios de verbas destinadas à construção e reformas de escolas no estado.
Segundo a denúncia, protocolada em 13 de novembro na 9ª Vara Criminal da capital, a compra das salas custou R$ 2,2 milhões. Parte deste valor (R$ 830 mil) foi paga ao vendedor em dinheiro, de forma dissimulada, enquanto um imóvel dado em pagamento por parte dos compradores foi superavaliado na tentativa de também ocultar pagamento em espécie e sua origem ilícita.
O ex-governador, a ex-primeira-dama e o contador também foram denunciados por obstrução da justiça, porque teriam, em agosto de 2018, tentado influenciar o corretor de imóveis que intermediou o negócio a esconder a existência daquele pagamento, caso viesse a ser procurado pelas autoridades.
A denúncia foi recebida pela 9ª Vara Criminal de Curitiba na última sexta-feira, 22 de novembro.