Algumas pessoas têm a capacidade divina da solidariedade seja qual for a situação. É o que mostra uma situação ocorrida em Londrina, na região norte do Paraná. Beth Caperclaro não pensou duas vezes para doar um rim para o ex-marido, Claus Ziegelmaier.
Claus deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após a cirurgia à qual foi submetido em novembro e agora se recupera bem.
Gesto de amor
“É um gesto de amor. Não de quem menos espera, mas nós tivemos uma vida juntos e fomos separados pelo destino, e o destino nos uniu de novo. Como éramos esposo e esposa, agora somos irmãos de sangue”, afirmou o transplantado.
O casal ficou junto por 17 anos, entre namoro e casamento. Eles se separaram, sem filhos e sem rancor. Ele se casou de novo e, há quatro anos, descobriu a doença que causou a perda da função dos rins.
Claus passava por sessões de hemodiálise três vezes por semana, quatro horas por dia. s médicos indicaram um transplante, e a família saiu em busca de doadores.
Doadora compatível
Foi durante essa busca que Amanda Ziegelmaier, a atual mulher de Claus, encontrou Beth na rua. As duas já se conheciam e conversaram.
“Ela queria saber como o Claus estava e, neste dia, ela falou que queria pelo menos tentar fazer o exame para ver se podia ajudar ele de alguma forma”, relatou Amanda.
Deu certo. A ex-mulher fez os exames e descobriu que era compatível para fazer a doação. Ela lembrou que não pensou duas vezes antes de aceitar ser doadora e explicou as razões de ter tomado a decisão.
“Por gratidão, sabe? Dezessete anos junto com uma pessoa que nunca fez isso aqui de mal [fazendo um gesto com as mãos]. Então eu acho que eu devia isso a ele como agradecimento da pessoa que ele foi para mim no passado”, contou.
Com o transplante, Beth ganhou uma nova família e, Claus, uma nova vida. “Agora ele virou meu irmão, filho do meu pai (risos) filho do meu pai e da minha mãe, deixou de ser genro para ser irmão agora”, brincou a ex-mulher.
Para a atual esposa de Claus, é difícil expressar tanta gratidão. “Não existem palavras para agradecer o que ela fez. Ainda não inventaram essa palavra. É uma gratidão que a gente vai levar pro resto das nossas vidas”, completou Amanda.
Com informações do G1