A enfermeira agredida durante uma confusão no Pronto Socorro da Zona Noroeste, em Santos, no litoral paulista, conversou com o G1 e disse estar desenvolvendo um quadro de ‘depressão’ após o ocorrido. Sem sair de casa, ela está de cama e diz esperar que as pessoas responsáveis pela agressão ainda sejam presas.
A mulher e outra técnica de gesso do pronto-socorro acabaram sendo agredidas por duas filhas de um paciente internado na unidade no último dia 10 de agosto. Na última terça-feira (14), a Prefeitura de Santos divulgou imagens de uma das 27 câmeras da unidade, que mostra parte da confusão e que acabou viralizando nas redes sociais.
A enfermeira, que não quis se identificar, disse estar extremamente abalada com a situação. “Chutaram meu peito e fizeram barbaridades comigo. Fiquei quase nua. O vídeo só mostra uma parte. Alegaram que não filmaram o restante das agressões. Queria que liberassem o resto do vídeo devido às cenas horríveis”, desabafa.
Em choque por conta da repercussão do caso, a enfermeira diz que está ‘presa’ em casa e que, em todos os anos de profissão, nunca tinha passado por algo do tipo. “Já exerci chefia durante anos e zelava pelos funcionários e pacientes. Sem a enfermagem, a saúde padece, deixa de existir”, desabafa.
Tanto ela quanto a técnica de gesso, após as agressões, foram à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde foi registrado um boletim de ocorrência. As agressoras também estiveram na unidade e, segundo ela, também demonstraram comportamento agressivo, sendo que com elas, nada aconteceu.
“Primeiro que os policiais não se preocuparam de as levarem na viatura, mas queriam que eu entrasse. Não as prenderam em flagrante e, lá na delegacia, além de uma delas bater e quase jogar um PM no chão, acabei sendo exposta. Todos riam como se fossem grandes amigos. Virei chacota”, desabafa.
A profissional ainda não sabe quando voltará a trabalhar. “Mal saio da cama. Conversei com meu advogado por telefone e, no momento, só psicoterapia e o apoio dele podem me ajudar. Eu estou muito mal”, finaliza.
A briga começou quando o pai das duas agressoras, internado no Pronto Socorro, no bairro Castelo, foi orientado pela enfermeira a aguardar após fazer um questionamento. Uma das filhas achou ruim, puxou o cabelo da vítima e a arrastou pelo chão.
Ouros pacientes chegaram a separar a briga, que voltou minutos depois. Tanto a enfermeira quanto a técnica de gesso ficaram feridas. Vídeos feitos por pacientes e os captados por câmeras de monitoramento do Pronto Socorro foram encaminhados à Polícia Civil que, agora, investiga o caso.
Segundo a prefeitura, tanto a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Secretaria Municipal de Saúde prestaram atendimento às vítimas e prestaram auxílio durante o registro do boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos.
“Estamos solidários com as servidoras, porque é inadmissível qualquer tipo de agressão aos nossos profissionais. Vamos colaborar de todas as formas para a investigação policial e responsabilização das agressoras”, destacou em nota o secretário municipal de Saúde, Fábio Ferraz.
fonte- G1