Presos da Casa de Custódia de Curitiba, que estão no 4º dia de rebelião, divulgaram um vídeo que está circulando pela internet nesta quarta-feira (4). Quatro agentes penitenciários são mantidos reféns desde o início da noite de domingo (1º). Entretanto, na filmagem aparecem apenas dois servidores rendidos com facas apontadas por vários detentos.
O vídeo começa com a fala de um preso declarando guerra contra a organização criminosa Primeiro Comando da Capitalm o PCC. "Vocês vão ter guerra. Porque o PCC não vai reinar aqui", diz o detento na gravação.
Na sequência, um dos reféns pede para falar e reclama sobre o corte da água, luz e alimentação durante as negociações.
"Eu quero pedir para essa comissão que está negociando aqui com o pessoal da máfia paranaense. Eu não estou entendendo. Tirar no meio de uma negociação a água, luz e alimentação, se estamos negociando. Vamos mostrar um pouco de hombridade nisso. Vamos discutir. Se a primeira proposta não foi aceita, vamos entrar com outra, mais uma, até chegar num ponto comum", diz o agente penitenciário na gravação que foi compartilhada no perfil do Facebook de um delegado de polícia.
Durante o vídeo é possível perceber que o funcionário que está falando possui ferimentos no rosto. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), todos os reféns estão feridos e estão sendo torturados pelos detentos. Inclusive, no vídeo o refém alerta sobre a periculosidade dos presos.
"Queremos o retorno do juiz corregedor, presidente da OAB, dos direitos humanos, que venha alguém que tenha capacidade de entender isso aqui. Ninguém está brincando aqui. Se não tem telhado nessa rebelião, não pensem que esse pessoal não é perigoso", disse o agente.
Rebelião mais longa dos últimos dez anos
A rebelião chegou ao quarto dia nesta quarta-feira, e é a mais longa dos últimos dez anos no Paraná, ainda de acordo com o Sindarspen. As negociações tinham sido suspensas na noite de terça (3) e foram retomadas por volta das 10h30, segundo a PM. Até a publicação desta reportagem a luz e a água continuavam cortadas dentro do presídio.
Lotação
A Casa de Custódia tem 600 presos atualmente. Entre eles, 172 estão rebelados, segundo a Polícia Militar. Os amotinados estão lotados na galeria 1 da unidade prisional e exigem a transferência de alguns detentos do interior para a Casa de Custódia, pois eles estariam sofrendo ameaças de facções.