Igreja Católica recomenda abstinência a divorciados que voltaram a se casar

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 09/02/2018
Cardeal D. Manuel Clemente divulgou um documento em que recomenda abstinência sexual aos divorciados que tenham voltado a se casar - Foto: Reinaldo Rodrigues/Arquivo Global Imagens

O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, causou surpresa na quinta-feira (8) ao divulgar um documento em que recomenda abstinência sexual aos divorciados que tenham voltado a se casar.

A recomendação é uma das conclusões que o cardeal tirou após estudar a exortação "Amoris Laetitia", um documento publicado em abril de 2016 em que o Papa Francisco apoiava o acompanhamento das situações familiares "irregulares", como os divorciados que voltaram a se casar.

Clemente aponta que o acesso ao sacramento do matrimônio por parte dos casados pela segunda vez pode se dar "em circunstâncias excepcionais", mas sem "deixar de propor a vida em continência" no que chama de "nova situação", referindo-se assim a quem tenha novo cônjuge.

O documento indica que o acesso dos divorciados ao casamento será realizado "após um longo caminho de discernimento" e com uma avaliação da sua situação que corresponderá, em primeiro lugar, aos confessores, que por sua vez serão os encarregados de recomendar abstinência.

Estas "linhas operativas", como Clemente define no seu texto, causaram enorme surpresa em Portugal, líder europeu em divórcios - para cada 100 casamentos realizados no país, há 70 separações, segundo a base de dados estatísticos Pordata.

O divórcio foi legalizado pela primeira vez em Portugal em 1910, mas a assinatura do Concordato de 1940 com a Santa Sé proibiu o trâmite para os casamentos católicos e este não voltou a ser legalizado até 1975, um ano após a Revolução dos Cravos, que acabou com meio século de ditadura de António de Oliveira Salazar.

As informações são do Jornal de Notícias, de Portugal