A Polícia Civil divulgou detalhes macabros sobre o caso do sacrifício de duas crianças irmãs, que seriam argentinas, em ritual satânico para obter suposta prosperidade, consumado no Rio Grande do Sul. Segundo o delegado que atua no caso, Moacir Fermino Bernardo, o líder de templo satânico fez duas exigências: duas crianças, de mesmo sangue, e R$ 25 mil à vista. Esses foram os termos do negócio macabro, que resultou no esquartejamento de um menino de 8 a 10 anos e uma garota entre 10 e 12 anos.
A investigação apurou ainda que, no ritual, os irmãos foram decapitados e tiveram tronco e membros jogados em setembro na beira da Estrada Porto das Tranqueiras, no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. O sangue das crianças teria sido bebido pelos ritualistas insanos. A Polícia ainda procura as cabeças nas imediações.
O satanista, o “cliente” e um parente estão presos desde o último dia 27. Eles continuam negando envolvimento na morte brutal das crianças. Outra peça-chave na investigação, um argentino que teria buscado as vítimas no país natal, é procurado. Há mais dois com prisão temporária decretada, por terem participado do ritual.
O hamburguense contratante da magia negra teria arcado ainda com os custos para trazer as vítimas, que teriam sido sequestradas ou compradas em região ainda desconhecida da Argentina. A Polícia Civil mantém em sigilo a forma como o argentino teria ido buscar as crianças e dá sequências às investigações.
Satanista passou pelo Paraná
A possível origem das crianças, revelada pelo Jornal NH, tem relação direta com o argentino foragido. Contatos dele no país vizinho são checados, na tentativa de identificar os irmãos.
“Sabemos que já foi discípulo do bruxo. Tem antecedentes criminais e estava morando na Lomba Grande, mas já passou pelo Paraná e vários outros lugares antes de se estabelecer em Novo Hamburgo”, comenta o delegado Moacir Fermino Bernardo, que responde pela Delegacia de Homicídios.
Agentes fazem buscas em locais não revelados. “É recompensador desvendar um caso dessa gravidade, com derramamento de sangue de crianças inocentes. A vida humana não tem preço."
Bruxo é considerado celebridade no meio
O líder satânico preso é bem conhecido no meio da magia negra. Dá palestras, tem clientes no exterior e já deu entrevistas a canais de televisão estrangeiros. O templo, em área de difícil acesso na localidade de Morungava, em Gravataí, é frequentado por seguidores de todas as classes sociais.
Conhecido como bruxo e mestre, o satanista prega pactos com o demônio para solução de problemas financeiros e amorosos, entre outros trabalhos. “Com certeza não foi a primeira vez que cometeram esse tipo de atrocidade. Acreditamos que outras crianças e até adultos tenham sido vítimas desses sacrifícios. As estatísticas nos mostram que, no Brasil, não se tem notícias de 66% das pessoas desaparecidas”, observa o delegado.
Demônio invocado foi "Moloch"
De acordo com o delegado Moacir Fermino Bernardo, as investigações indicaram que o demônio invocado no ritual foi Moloch. “É a entidade para sacrifício de crianças. A figura dele aparece com uma criança no colo”, detalha.
A aparência de Moloch, descreve Fermino, era de corpo humano com a cabeça de boi ou leão e uma cavidade no abdome em que o fogo era aceso para consumir sacrifícios. A Bíblia cita o demônio e diz que os hebreus tinham proibição expressa, através de Moisés, de adoração a Moloch. A besta, entretanto, era cultuado por povos antigos do Oriente Médio e outras nações pagãs.
As informações são do jornal NH, de Novo Hamburgo (RS)