Exame voluntário não é eficaz para avaliar rede, diz governo

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 13/12/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou em nota que os dados do Enem não são adequados para analisar o desempenho das redes de ensino, porque "tem participação voluntária". O governo afirma que a rede mantém ensino universalizado, sem seleção de estudantes.

"Como o governo federal e especialistas em educação constantemente alertam, a avaliação correta para verificar o desempenho de redes de ensino no Brasil é o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)", afirma a nota da gestão tucana.

O MEC (Ministério da Educação) deixou de calcular as médias do Enem por escola neste ano sob o argumento de que os resultados não são a melhor alternativa de avaliar redes. Essa posição não é consenso entre pesquisadores. A Folha tabulou os dados de desempenho a partir dos dados oficiais do MEC.

Até agora, não há dados do Ideb por escola no ensino médio, como ocorre por exemplo no ensino fundamental. O índice da etapa é calculado a partir de amostra de escolas, só havendo uma nota por rede e no total do país.

O MEC promete produzir e divulgar na próxima edição do Ideb dados por escolas do ensino médio.

Na nota da Secretaria de Educação, o governo defende que São Paulo é o "primeiro lugar do Brasil nos três ciclos de ensino no Ideb".

"No ensino médio, ciclo que reúne a maior quantidade de alunos da rede estadual e os maiores desafios dos educadores de todo o mundo, o Estado lidera apresentando crescimento na média. Os estudantes saíram de 3,7 para 3,9 entre as duas últimas aferições", diz a nota.

Apesar de ter crescido 0,2 pontos no Ideb, entre 2013 e 2015, a rede estadual de São Paulo ficou abaixo da meta do índice no ensino médio (que era de 4,2). Também nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º anos) houve crescimento do Ideb, mas da mesma forma a rede está abaixo da meta.

"As ações da secretaria não priorizam o desempenho única e exclusivamente em qualquer tipo de avaliação, mas há um constante estímulo pela melhoria da aprendizagem, no projeto de vida dos jovens e pela continuidade dos estudos ou no mercado de trabalho", diz a nota.