Chefão da máfia siciliana morre na prisão na Itália

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 17/11/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Salvatore "Toto" Riina, o mais poderoso chefe da máfia siciliana do século 20 e condenado por ordenar dezenas de assassinatos, morreu de causas naturais nesta sexta-feira (17), após quase um quarto de século preso.

Riina, que completou 87 anos na quinta-feira (16), morreu na ala prisional de um hospital em Parma, cidade ao norte da Itália onde cumpria 26 sentenças de prisão perpétua por homicídios cometidos entre 1969 e 1992.

O mafioso havia entrado em coma após complicações de uma cirurgia, e sua família recebeu permissão para ficar ao lado dele na quinta, disse o Ministério da Justiça.

"Para mim, você não é Toto Riina, você é apenas meu pai. E te desejo um feliz aniversário, papai, neste dia triste mas importante. Te amo", escreveu em uma rede social um de seus filhos, Salvatore, na quinta.

Riina havia solicitado a libertação em julho, alegando uma doença grave, mas o pedido foi rejeitado após o tribunal determinar que o atendimento médico na prisão seria tão adequado quanto fora dela. Segundo os médicos, ele estava "lúcido".

"Não me arrependo de nada, nunca me curvarei, mesmo que me condenem a 3.000 anos", afirmou Riina em uma gravação recente.Apelidado de "a Fera", Riina começou sua violenta carreira criminal nas ruas de Corleone, na Sicília, após a Segunda Guerra Mundial, e tornou-se o chefe dos chefes da máfia siciliana nos anos 1970, levando a organização a seu ápice no século 20.

Ele supervisionou o "boom econômico para o grupo do crime organizado "Cosa Nostra", quando traficava heroína para a América do Norte e dominava o poder político na Itália.

Sua prisão em 1993, após mais de 20 anos foragido, ocorreu meses depois de os magistrados Giovanni Falcone -que inspira Sergio Moro- e Paolo Borsellino serem mortos por ordem dele.

Desde então, Riina era mantido sob forte esquema de segurança e recusou-se a cooperar com os investigadores até o fim.