Conheça as doenças associadas à compulsão alimentar

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 06/11/2017
​A compulsão alimentar pode se manifestar de várias formas (ilustração)

A compulsão alimentar pode se manifestar de várias formas e se torna muito importante reconhecê-la através de suas várias faces, pois quando ela se manifesta junto com a obesidade através de várias doenças psíquicas, o paciente deve ser tratado do corpo e da mente.

Entre as principais doenças associadas à compulsão alimentar estão a bulimia nervosa, a síndrome do comer noturno e o transtorno da compulsão alimentar periódica. Esses transtornos normalmente ocorrem através de uma alta ingestão de alimentos ou de calorias num curto espaço de tempo e de forma repetitiva, seguidos ou não de purgação (ato de eliminar o que se ingeriu com o uso de laxantes, diuréticos e vômitos), ocorrida na Bulimia. 

A síndrome do comer noturno se relaciona ao hábito de comer alimentos ricos em carboidratos e gorduras, como doces, chocolates, sorvetes, massas, salgados ou comida, de forma exagerada, tanto no período noturno como na madrugada. Essa síndrome noturna tem nítida relação com o estresse (ansiedade, depressão, bipolaridade), insônia, e alterações hormonais, especialmente nos homens (com aumento do cortisol e a baixa de testosterona), além de infartos, devido estar associada à hipertensão arterial, diabetes, fígado gordo e ferritina, triglicérides e colesterol elevados. 

Devido à sobrecarga alimentar noturna, o paciente fica sem apetite pela manhã e o jejum prolongado ocorrido durante o dia leva à hipoglicemia (baixa taxa de açúcar no sangue), ocasionando fadiga física e mental mais para o final do dia, além de irritabilidade, mal humor, perpetuando-se assim, as necessidades alimentares noturnas.

No transtorno da compulsão alimentar periódica, a compulsão alimentar pode ocorrer em qualquer horário, sendo mais comum em mulheres. Normalmente estes ataques de comer acontecem às escondidas dos familiares e amigos e são envoltos por uma intensa culpa moral; são um golpe à autoestima e podem vir associados à depressão e à ansiedade. Normalmente essas mulheres têm uma intensa autocrítica negativa sobre si mesmas, são perfeccionistas em relação ao corpo e sofrem muito psiquicamente pela impotência de não terem autocontrole para comer e por estarem engordando.

Esses transtornos de compulsão alimentar devem ser corretamente diagnosticados por um especialista e serem tratados com habilidade para que não haja um maior prejuízo sobre a saúde física e mental dos doentes. Nesses casos, o tratamento da obesidade se diferencia pela importância do tratamento conjunto da parte física e emocional. 

Quando o aspecto psíquico é tratado corretamente, o paciente obeso terá uma melhor qualidade de vida e poderá manter o seu peso perdido mais facilmente, já que umas das principais causas de estar engordando, está sendo cuidada. 

(Texto escrito pelo endocrinologista José Loli Cervantes, de Apucarana, para a revista Uau!, do jornal Tribuna do Norte)