Uma chance contra os maus-tratos

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 04/09/2017
Filhote que teve a perna amputada pelo trem recebe cuidados no canil: família adotou animal | Foto: Sérgio Rodrigo

No último mês, Apucarana protagonizou casos de extrema violência contra animais. Três cachorros foram mortos por atropelamento na linha férrea em diferentes bairros da cidade e um sofreu mutilações. O cachorro que sobreviveu teve que amputar a pata direita traseira. Piuí, nome dado carinhosamente ao cachorro pela equipe do Canil Municipal de Apucarana, está se recuperando de um pós-operatório, e já encontrou um lar. Adotar animais que foram vítimas de maus tratos é uma das formas de colaborar com a causa animal, uma missão que tem inúmeros voluntários.

Segundo o biólogo Luan Rafael, o Guapuruvu, gestor do Canil Municipal de Apucarana, o cachorro está bem, mas passa por uma quarentena devido aos riscos de contrair infecções e vírus. “Demos o nome dele de Piuí por causa do trem mesmo. Ele está se recuperando bem e logo estará pronto para conhecer sua nova família”, explica. A nova família de Piuí é da costureira Adriane Adorno, 38 anos. Ela é paranaense, mas vive atualmente em Bauru, interior de São Paulo. Porém, Adriane está vindo morar em Apucarana no dia 12 de setembro e vai ter um novo integrante na família. 

“Vi a matéria pelo Facebook e achei muita crueldade o que fizeram com esses bichinhos. Logo entrei em contato com o pessoal da Soprap para adotar o Piuí”. 

Adriane e sua família não veem a hora de conhecer o cachorrinho e até se emociona ao comentar a espera. “Queria ajudar de qualquer jeito desse animalzinho e assim que eu voltar para Apucarana pretendo participar de de ONGs que cuidam de bichinhos abandonados e mau tratados”, comenta. 

A faxineira Maria Aparecida Ferreira, 33, de Apucarana, também pensa assim. Ela resolveu adotar há dois meses a Mel, também vítima de maus tratos pelas ruas. Maria conta que a cachorra foi encontrada na rua com duas barras de ferro atravessadas em sua barriga. Ela estava prenha de cinco filhotes, que sobreviveram, e também já foram adotados por outras pessoas. Maria conta que agora a nova integrante da família passa bem e é a alegria da casa. 

“Tínhamos uma outra cachorra que chamava Mel, mas ela morreu um pouco antes da adoção. Meu filho estava muito triste e com a chegada da nova Mel ele voltou a sorrir”. Na casa da enfermeira Fernanda Beltoni, 36, voluntária da Sociedade Protetora dos Animais de Apucarana (Soprap) sempre cabe mais um. Apesar de manter duas cachorras e uma gata, ela abriu as portas para mais um membro, a Cacau. 

A cachorrinha chegou com a barriga sagrando e uma perna quebrada. “Até hoje não sei o que houve. Vizinhos da casa em que ela morava contaram que a Cacau e mais um outro animal saíram correndo de casa e foram atropeladas, mas parece a marca de um facão na barriga dela”. 

Cacau precisava de um lar temporário e Fernanda resolveu cuidar dela por um período. Porém, a enfermeira e sua família, incluindo a filha Beatriz, se apegaram ao cachorro e acabaram Cacau acabou ficando. “Temos 9 gatos e 12 cachorros. Não conseguimos nos desfazer desses bichinhos. Eles nos trazem muita alegria. São anjinhos de quatro patas”. No Canil Municipal, 120 animais esperam por uma família.