ONU estuda criar observatório acadêmico contra o terrorismo na fronteira Brasil/Paraguai

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 27/07/2017
Autoridades de Cidade do Leste, no Paraguai, receberam na quarta-feira (26) integrantes do Comitê do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) - Foto: Diario Vanguardia​​

Autoridades de Cidade do Leste, no Paraguai, receberam na quarta-feira (26) integrantes do Comitê do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para debater a possível instalação de um observatório acadêmico contra o terrorismo na fronteira do Paraguai com o Brasil.

A reunião no edifício governamental do Departamento de Alto Paraná contou com a presença do diretor-executivo do comitê da ONU, Jean-Paul Laborde, do governador Lucho Zacarías; da prefeita Sandra McLeod Zacarías e empresários locais.

Laborde explicou que a criação do observatório no Paraguai terá fins preventivos, levando em conta o desmonte do grupo terrorista Estado Islâmico, entre a Síria e Iraque, que poderia se dispersar pelo mundo, inclusive migrando para a região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.

“É um observatório meramente acadêmico. Vamos ver o que acontece na região. Somente existem rumores. Nenhuma região é imune ao terrorismo”, afirmou o diretor da ONU.

Questionado sobre o observatório ser criado após as denúncias dos Estados Unidos de que moradores da região financiariam o terrorismo, Laborde afirmou que a ONU não tem provas concretas sobre a existência de vínculos de pessoas radicadas na região com o terrorismo, conforme o jornal paraguaio Diario Vanguardia.

A instalação do observatório não tem data para acontecer e a ideia surgiu durante a reunião desta semana, informou o governador Zacarías. Também presente no encontro, Mohamad Said Mannah, presidente da Câmara de Comércio e Serviços de Cidade do Leste, afirmou que a comunidade islâmica local está aberta às instituições para controle de qualquer eventual possibilidade de atividade terrorista na região .

Preocupação dos EUA
Em 2001, os Estados Unidos começou a mostrar preocupação e lançar suspeitas sobre a comunidade muçulmana que vive na região da Tríplice Fronteira, principalmente nas cidades de Foz do Iguaçu e Cidade do Leste. Na época, o governo norte-americano investigava se moradores da região enviavam dinheiro para financiar grupos terroristas do Oriente Médio, como, por exemplo, o Hezbollah.

Estudo rechaçou suspeita
A comunidade da região trinacional se manifestou contrária à suspeita de Washington, que só acabou em 2012, quando a Foreing Affairs, uma das principais publicações dos Estados Unidos sobre comércio exterior, publicou um artigo concluindo que não existiam terroristas na região entre Brasil, Paraguai e Argentina.