Um trágico acidente de avião tirou a vida da atriz Leila Diniz em 14 de junho de 1972. Estrela do cinema e da TV, bateu de frente com as imposições da sociedade brasileira de seu tempo. Leila voltava da Austrália, onde havia sido premiada em um festival de cinema, quando o avião explodiu, próximo a Nova Déli, na Índia.
Filha de bancário e de professora, conheceu seu primeiro marido aos dezessete anos, o cineasta Domingos de Oliveira. O relacionamento durou três anos. Mais tarde casou-se com o também cineasta Ruy Guerra, moçambicano e pai de sua única filha, Janaína. Começou no teatro e posteriormente migrou para TV, sendo estrela em diversas novelas da TV Globo.
Leila se tornou a porta-voz das mulheres no Brasil. Desafiando regras que julgava ser impostas, se tornou referência nas mudanças da sociedade na década de 60 e 70. A atriz motivou em 1969, a lei de censura apelidada de “Decreto Leila Diniz”, devido a uma entrevista dada ao jornal O Pasquim, onde revelou suas posições sobre amor e sexo.
Em uma época onde mulheres grávidas usavam uma espécie de “cortininha” sobre a barriga para ir a praia, a atriz chocou a sociedade conservadora ao vestir um biquíni de tamanho reduzido sem o uso do acessório de grávidas na praia de Ipanema, fato até então considerado inédito no Brasil.
DITADURA
Perseguida politicamente pela ditadura, a atriz não teve seu contrato renovado na época pela TV Globo, ficando desempregada. Contou com a ajuda do apresentador Flávio Cavalcanti, que além de a esconder em seu sítio no período em que era perseguida a acolheu como jurada em seu programa na TV Tupi.
ACIDENTE
Junto com uma delegação brasileira, Leila foi a Austrália, em junho de 1972, para uma premiação no festival de cinema de Melbourne. Alegando saudades da filha, então com apenas sete meses, resolveu voltar mais cedo para casa. Morreu num acidente aéreo, vôo JAL471, da Japan Airlines, no dia 14 de junho de 1972, aos 27 anos, no auge da fama.