Justiça se pronuncia a favor e Taiwan aprova casamento gay

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 01/06/2017
Sun Wenlin e seu parceiro Hu Mingliang realizam uma simbólica cerimônia de casamento em Changsha, na China Central - Foto: CFP

A principal esfera da Justiça de Taiwan decidiu que a lei atual do casamento da ilha vai contra a sua "Constituição". Legisladores têm agora até 2 anos para que redigir uma nova lei que possibilite aos casais do mesmo sexo se casarem. Entretanto, mesmo antes da vigência efetiva da nova lei do casamento, o tribunal disse que os casais do mesmo sexo podem se casar com base em sua interpretação, tornando Taiwan o primeiro país na Ásia a permitir o casamento gay.

A decisão motivou acaloradas discussões tanto on-line como off-line. Enquanto algumas pessoas gays no continente vêem a medida como um sinal positivo e esperam que a China continental siga o exemplo no futuro, outros são mais cautelosos ao supor as possíveis consequências da decisão.

Conhecido ativista da causa LGBT, Sun Wenlin tornou-se a primeira pessoa da China continental a processar o governo quanto ao casamento gay ao apresentar um caso contra o Escritório de Assuntos Civis de Changsha, província de Hunan, na China Central, depois de ter seu pedido negado por autoridades do país. 

Apesar de perder o processo, a campanha de Sun para impulsionar a legalização do casamento homossexual no continente não parou. "Taiwan e a China continental têm as mesmas raízes culturais. Se Taiwan pode legalizar o casamento homossexual, é possível que o continente também o aprove", afirmou Sun ao jornal Global Times.

Fé no avanço
Após ser rejeitado pelo gabinete de assuntos civis e pela Corte, Sun tentou conversar com autoridades de todos os setores públicos para espalhar sua mensagem. Ele acredita que, se puder convencer mais pessoas a se juntarem a ele, será possível avançar na questão. "Mas isso exigirá dinheiro. E até agora não consigo encontrar nenhuma base pública que esteja disposta a investir", afirmou.

China
Apesar do otimismo de Sun sobre as chances de mudança, Ah Qiang, fundador de uma ONG de pais de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, é mais cético em relação aos efeitos na China. Ele acrescentou que "agora é um momento sensível" para organizar eventos LGBT.

Após pressão governamental, um representante de uma empresa que, desde 2015, ajudou os casais gays chineses a se casarem nos EUA disse que não vai ajudar os casais a se casar em Taiwan após a decisão. Os ativistas que procuram promover os direitos LGBT enfrentaram resistência nos últimos meses.

As informações são do Global Times