Pesquisadores da UEM descobrem mais de 50 novas espécies no Rio Paraná

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 22/03/2017
Descobertas no Descobertas no Rio Paraná são legado é de grande relevância para a biodiversidade -  Foto: Divulgação

Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Noroeste do Paraná, catalogaram mais de 50 novas espécies de organismos e micro-organismos no Rio Paraná durante os últimos 30 anos de trabalho,conforme matéria do portal O Bemdito.

A mais recente descoberta, publicada no periódico científico Acta Protozoologica no início deste ano, foi a ameba (animal unicelular) Gandalfi, que ganhou esse nome por ter a capacidade de construir uma carapaça para se proteger, bem parecida com o chapéu pontiagudo do conhecido bruxo do Senhor dos Anéis, série criada pelo escritor inglês J.R.R Tolken (1892-1973).

O biólogo Carlos Eduardo Aguiar Soares, mestre em Ecologia e Ecossistemas Aquáticos pela UEM, foi um dos responsáveis pelo achado. “Encontrei a espécie enquanto fazia pesquisas para a universidade no Rio Paraná no ano de 2012. Nunca tinha visto nada igual. Assim que descobri, fiz a análise óptica do microrganismo e revisei toda a literatura científica atrás de algo parecido”, relata.

Quando percebeu que o micro-organismo era novo, Soares encaminhou uma amostra para Daniel J. G. Lahr, professor do Departamento de Zoologia do IB-USP, que trabalha com taxonomia, nome dado ao processo de descrição de novos organismos. Lahr, na ocasião, disse que o achado poderia ser algo novo, mas que ele ainda precisava de mais exemplos. Nos anos seguintes, no entanto, ele recebeu outras amostras de pesquisadores que encontraram micro-organismos parecidos em Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Rio de Janeiro.

Com um grande volume de amostras em mãos, ele e sua equipe conseguiram descrever a nova criatura e colocá-la na lista de espécies catalogadas pelo ser humano.

Área especial
A nova ameba foi descoberta no Rio Paraná, no trecho entre a Usina Hidrelétrica de Porto Primavera e a Usina Hidrelétrica de Itaipu. A região, segundo o pesquisador Luiz Felipe Machado Velho, do Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (NUPELIA) – grupo focado de pesquisas – é rica em biodiversidade e por isso foi considerada prioritária para conservação pela Unesco, de tão especial

Muito a ser explorada
Velho, que também foi orientador de Soares no mestrado, conta que a região ainda tem muito a ser explorada. “Existem muitas espécies por aqui. Sabemos que são novas, mas ainda precisam ser descritas. Tem peixes, parasitas e muitos outros micro-organismos”, destaca.

As informações são do portal O Bemdito