Cientistas do Centro de Análises Clínicas de Medicina Físico-Química da Rússia (CAC MFQ) que cultivam retina através da reprogramação de células avaliam que estudos na área ajudarão a curar a cegueira, informou nesta quinta-feira (1) o jornal Izvestia.
Conforme a publicação, o primeiro transplante de teste será realizado em 2017. Com a auxílio de novas tecnologias celulares, os cientistas ainda planejam realizar na sequência estudos no tratamento do mal de Parkinson.
"Reprogramação de células é um fenômeno bastante novo na ciência. A descoberta é de autoria do professor da Universidade de Quioto, Signa Yamanaka, o qual descobriu a capacidade única de células humanas de determinados tecidos, como, por exemplo, fibroblastos ou epitélio da pele, de mudarem sua estrutura para o estado embrionário.
"As células-tronco podem dar origem a quase todo tecido. Por exemplo, a partir dos fibroblastos da pele pode-se criar a retina. Esta operação permitirá tratar, por exemplo, pacientes que estão perdendo a visão por causa de degeneração macular — doença esta causadora da cegueira em pessoas com mais de 55 anos", informa o jornal russo, citando o diretor geral do CAC MFQ, Vadim Govorun.
Pele
O laboratório de biologia celular informou que o tecido mais fácil de ser trabalhado no método de reprogramação celular é a pele, pois a realização da biopsia não causa danos graves ao paciente e as células se multiplicam significativamente. Transplantes de retina De acordo com o chefe do Laboratório de Tecnologias Biomédicas do CAC MFQ, Sergei Kiselev, testes clínicos de transplante de retina estão sendo executados atualmente nos EUA e na Europa.
"Os primeiros pacientes que se submeterão ao transplante de retina serão pessoas que sofrem de degeneração macular hereditária", detalha o Izvestia. Mesmo havendo alguns tratamentos que retardam o progresso da cegueira, os pacientes com degeneração macular genética começam perder a visão entre 20 e 30 anos, pois não há, até hoje, um remédio contra eesa patologia.